˙˙·٠•● eu sou a lenda ☠ eu (r)existo ●•٠·˙˙™ - UM POUCO MAIS!

13 de maio de 2018

Por que não cantar?

Não é de hoje que canto e para compensar tanto tempo sem postar algo novo por aqui, deixarei poucas as palavras digitadas e passarei a mensagem em música...

Considerem esta, 'sua música'...


"Your Song" - Elton John & Bernie Taupin
Cover vídeo de PauloFr




5 de setembro de 2017

Rogéria *** 1943-2017


"Esta homenagem, EU fiz em 2013, logo antes de Rogéria completar 70 anos de idade e 50 anos de carreira. Rogéria partiu na noite de 04/09/2017 vitima de complicações de uma infecção generalizada. Em seus 74 anos de vida, ela deixará um vácuo nos palcos da vida, porém Astolfo deixou muitas lições."

Reedito como tributo e um 'muito obrigado' pela linda história que deixou.

(Divas)

Prestes a completar 70 anos, 
Rogéria orgulha-se da carreira e diz: 
'Sou a porta-bandeira dos gays e travestis'

Rogéria 

Rogéria nasceu Astolfo Barroso Pinto em 25 de maio de 1943, carioca de Cantagalo no Rio de janeiro, prestes a completar 70 anos e 50 anos de carreira, ela tem sido o exemplo e a diva maior do mundo trans brasileiro;mesmo ainda nos dias de hoje com tantas facilidades de 'aparecer'. Artista multifacetada do primeiro time das estrelas, Rogéria continua rompendo barreiras com talento e opiniões fortes.
Rogéria começou a carreira como maquiadora da TV Rio. Foi incentivada a subir nos palcos por ícones como Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, 
Elis Regina, tornou-se vedete, ganhou o mundo e a família brasileira. A travesti está na boca do povo há várias gerações e seu talento, presença de palco e carisma são incontestáveis. Rogéria é mais que integrante da história do teatro, ela é a história da arte gay brasileira. Morou no exterior, apresentou se em muitos lugares, vários shows e em 1979 recebeu o Troféu Mambembe, pelo espetáculo que fez ao lado de Grande Otelo.

Personagem Alzira, da novela 'Lado a Lado' da Rede Globo.

Vinte e três anos depois de participar da novela 'Tieta' da Rede Globo, Rogéria esta de volta a emissora para interpretar uma mulher biológica:  Alzira, mãe da personagem de Maria Padilha e avó de Luciano (André Arteche). Para Rogéria, ator não tem sexo.

Versatilidade e beleza não tem idade.

“Moça coisa nenhuma, cara. Você tá vendo alguma senhora aqui na sua frente? Fique sabendo que o meu nome é Valdemar”, gritou a atriz em 1989, numa cena de 'Tieta' ao interpretar a apoteótica Ninete. Na ocasião,a personagem havia sido assediada desrespeitosamente por Amintas (Roberto Bonfin) e, quebrando as normas de gênero em rede nacional, provou desde aquela época que travesti não é bagunça.

'Maria, a louca' - personagem da comissão de frente da
Escola de Samba São Clemente em 2009

Rogéria nunca foi do tipo militante – tanto que suas declarações já causaram muita polêmica - mas fez da sua história o seu exemplo para o Brasil. Rogéria falou ao repórter Neto Lucon sobre sua carreira, mundo trans, sonhos e como lida com o passar dos anos... 
Confira: 

- São 50 anos de uma carreira impecável. Como você sobreviveu aos preconceitos, as invejas e aos próprios dramas?

Querido, um homem que se veste de mulher geralmente só tem sucesso quando é bonitinho. Se tiver talento, melhor. 
Mas, mesmo assim, aos 30 e poucos esse assédio vai acabando e você tem que virar caricata para se manter. 
Sinto que minha carreira é de fato bem sucedida, pois estou com 70 anos, tenho 50 anos de carreira, sou a mesma pessoa 
e estou aí até hoje. A Rogéria continua e é lembrada por todos. Agora, quanto aos meus dramas, garanto que não 
tenho problemas em ser Astolfo, não, não tenho esses grilos, sou muito feliz como sou. Talvez a minha diferença seja essa...


- Você faz questão de falar que não se considera mulher. Mas sua vida não ficou mais colorida com a Rogéria?

Muito mais colorida, claro, poxa vida. Mas também foi uma barra, pois passei por duas ditaduras. Uma aqui no Brasil e outra na Espanha. 
No Brasil, o negócio era o comunismo. Vi a perseguição ao Caetano Veloso, o Chico Buarque, a Zuzu Angel com o filho... 
Eu calava a minha boca, pois pensava: sou transgressora por natureza, morro aqui mesmo. Em 68, um delegado quis censurar a minha presença 
em uma peça teatral. Chorei muito, como nunca, mas consegui voltar depois. Com tanta pressão, acabei indo para Luanda, 
Moçambique, Paris, Portugal, Espanha... Mas lá disseram que eu não poderia trabalhar, pois tinha que ser mulher ou me fazer mulher 
– duas eram operadas. Após uma performance, um empresário disse que me daria um programa de TV se eu me operasse. Mas não, não quero tirar 
o pinto do meu sobrenome e nem da minha vida.


- Como foi que a Rogéria deixou os palcos e passou parte integrante do seu cotidiano?

Foi naturalmente... O cabelo foi crescendo, os seios ficando com detalhes mais femininos... Paris foi a cereja do bolo, 
pois estar no palco de mulher é uma coisa, mas andar na rua é totalmente diferente. Fiz um teste quando ia fazer um tratamento dentário: 
fui vestida de mulher, peguei ônibus, quis saber como seria vista... E foi tão bom. Era um personagem que tinha parado o trânsito. 
Consegui ganhar o Oscar! (risos).

- Neste ano, você completa 70 anos. A idade te assusta?

Não, não. Nunca tive problema com a idade e garanto que a vaidade não me pega. Aprendi a lidar com isso depois de um acidente gravíssimo de carro que sofri em 1981 [um caminhão atropelou o carro de Rogéria, quando ela levava um amigo de volta para casa durante a madrugada]. Ali, tinha certeza que havia acabado a minha beleza e a minha carreira. Foi um corte no rosto, em cima do olho, cicatrizes gritantes, que as pessoas sentiam pena.  Quarenta e cinco dias depois, eu estava trabalhando, apresentando os tradicionais bailes de carnaval com seis câmeras em cima de mim [ para o programa de Agildo Ribeiro]. Falavam sobre a minha aparência e eu perguntava: “Ok, mas como está o meu trabalho?” As 
“Seu trabalho é maravilhoso, fantástico”. Então, é isso que importa, 
o meu trabalho.


- Por falar em trabalho, começamos 2013 com uma excelente notícia. Você está escalada para a novela Lado a Lado. Como surgiu o convite?

Querido, estou com o texto na mão e empolgadíssima para participar dessa produção linda. A TV Globo sempre foi muito legal comigo, 
pois sempre há convites, trabalhos e um respeito enorme. Este convite veio dos autores [Claudia Lage e João Ximenes Braga] e estou muito feliz 
por fazer parte dessa equipe maravilhosa, como o diretor Dennis Carvalho (66), que consegue ser sucesso às 19h com uma novela de época.

- Você gosta de novelas de época? 

Gosto de qualquer trabalho, pois meu negócio é trabalhar, trabalhar, trabalhar. Tenho a consciência de que novela de época tem aquela inspiração chique. 
Vejo a Patricia [Pillar, 49] com aquelas roupas lindas e fico feliz a beça. Além da questão histórica, que nos faz aprender. Mas eu sempre gostei 
das novelas da Globo, das outras emissoras também. Acompanho todas, gosto da maioria. Menino, você acha que eu ia perder Avenida Brasil? Claro que não, achei ótima.

- Ao contrário da icônica Ninete, desta vez você vai interpretar uma mulher que nasceu biologicamente mulher. Como está sendo?

Ator não tem sexo, querido, faz o que tem que ser feito. Alzira é uma mulher altiva, é estrela, mãe da Diva e usa um vocabulário rebuscadíssimo. Tem uma cena que ela dirá ‘Que vergonha deplorável, aviltante’ (risos). Meu Deus! Há muito tempo não escutava ‘aviltante’.

No esplendor da juventude, ensaio sensual nos anos 70.

- Voltando a falar da Ninete, ela foi o seu personagem marcante da TV?

Foi realmente maravilhoso. Estar em uma novela em 1989 com personagem tão rico foi fantástico, um marco para a época. Fora o elenco, Betty Faria, Yoná Magalhães, Mirian Pires, aquele time de estrelas... Fico muito feliz porque sou bem recebida na Globo, quer dizer, em qualquer lugar. Hoje, apresento o programa Preliminares [Canal Brasil], que exibe filmes nacionais. Somos o segundo programa mais acessado do canal.

- Você também apresentou durante muito tempo o tradicional baile gay de carnaval, que depois mudou e tornou-se mais esculachado. Como foi? 

Minha intenção sempre foi não deixar acontecer o que acontece hoje: falta de respeito. Poxa, a família brasileira ficava esperando o baile, netos, avós, pais, pois era um trabalho para o público de casa. A câmera é o mundo que eu quero mostrar, então o respeito é importantíssimo. Fazia ao lado do Otávio Mesquita, que todo mundo acha 
que é homofóbico, mas que é uma pessoa maravilhosa, e procurava rir com a família brasileira.  Hoje, vejo que muitas delas vão a troco de aparecer no ridículo. Elas ficam de lado, esperando o momento de serem esculhambadas. Nunca passei por isso e nem quis. Hoje, não quero mais fazer...

- Você sempre fala do respeito à família. Isso se deve às professoras que teve, quando era maquiadora da TV Rio, Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, Elis Regina?

São professoras de primeiro grau, assim como a Irene [Ravache]. Quando fui estrelar uma obra, o Carlos Machado ficou meio reticente, mas a Irene deu o maior incentivo. Disse: “Rogéria é uma estrela, tem que estar”. Poxa, saber disso e vê-la hoje, brilhando em “Guerra dos Sexos” ao lado da Glorinha (Pires), é fantástico. Eu sou bem aceita por homens e mulheres, pois tenho uma postura legal. Me queiram bem porque eu não sou do mal. Sou a travesti da família brasileira. 

- Como é o seu contato atual com a comunidade LGBT?

Eles e elas gostam, me observam como um ícone. Mas não tenho blog, Twitter, nem Facebook, pois a minha rede social são as pessoas na rua, no meu convívio. Eu não fujo do fã, eu me entrego nos braços dele. Muitas senhoras, mães de gays e travestis, me param na rua e sempre, sempre é muito bom. Elas falam que gostam muito de mim e até que aceitaram 
os seus filhos pelo meu exemplo: “Quero que meu filho seja como você, que respeite o ser humano”. Isso é muito gratificante, imagina, uma mãe não ter preconceito por conhecer a minha carreira? Toda mãe tem medo que o filho vire um travesti maluco, então servir de um exemplo positivo é recompensador, transformador. Eu fiquei porque plantei, porque 
sou a porta-bandeira dos gays, das travestis. Não é brincadeira... 
Agora, vão atrás!


- Hoje, comemoramos o Dia da Visibilidade Trans. Acha que as travestis e transexuais conseguiram muitas conquistas? 

Tivemos, claro. Eu acho maravilhoso tudo o que conquistamos, dessa liberdade maior e do respeito. Ainda há problemas, mas pelo amor de Deus, cada um vive como quiser, ninguém tem que intervir em nada. Vejo hoje bons exemplos, trans em vários lugares, a Jane Di Castro cantando o hino nacional, elas articuladas, em reuniões... Embora seja encarado ao universo gay, achei de extrema importância a aprovação da união civil, que é o mais importante que o casamento em si. Agora, ninguém vai mais tirar o seu dinheiro depois que o outro morreu. Eu, por exemplo, já fui casada durante 19 anos, morava com ele, a minha mãe e os meus irmãos...

- Como era a sua mãe?

Era a melhor mãe do mundo. Ela morreu há dois anos, com 91 anos. Mas vou te contar, que mãe maravilhosa! Nunca me perseguiu, me desapontou, apesar de eu ser muito levada. Aprontava muito, era terrível e todo mundo sabia o que eu era. Brincava de Cleópatra aos oito anos, brincava de Tarzan e Jane e claro que eu era a Jane (risos). Tive uma infância normal, bacana, me joguei na água de chuva, subi o morro, fiz tudo o que uma criança saudável fazia. Nunca sofri nada dentro de casa. Isso me fez ser bem resolvida e feliz. Eu sou muito feliz por ter tido a mãe que eu tive. Nunca sofri bullying.

- Uma curiosidade... É verdade que você não tem silicone?

Não (risos).


- Mas eu assisti a peça Sete – O Musical e vi que você estava com grandes pares de seios... 

(Risos) Eu botava embaixo do sutiã bastante espuma para dar um volume. Mas você pode notar que era bem molinho, não era aquela coisa enrijecida de silicone. Não sou contra, só não gosto de exagero. Essas americanas de seis imensos, Deus me livre, faz mal para coluna. Tem uma amiga minha que estava com um peitinho murchinho, por conta da amamentação 
e perguntou o que eu achava. Disse: “Desde que você não coloque demais...” Ela foi lá, falou para o médico o tamanho que queria, fez e ficou linda.

Rogéria, qual é o seu sonho? 

Meu sonho é ver nosso país acabar com essa política cheia de ladrões. Para isso, tenho um aliado: Joaquim Barbosa. Deveria existir mais Joaquins, não perderia uma sessão. Sonho que um dia acabe com a pobreza, com esse craque, com essas crianças morrendo. Se eu fosse uma fada, mudaria tudo.

Mas na sua vida, profissão, já fez de tudo?

Acho que já fiz de tudo. Olha que maravilha, estou com quase 70 anos e estou conversando com você, um jovem. Digo: “Poxa vida, graças ao bom Deus e a Virgem Maria eu consegui realizar tudo, 
mesmo diante daquele acidente”. Deus está comigo. As pessoas pensam que a gente não tem religião, mas o que importa é a nossa alma. O corpo vai apodrecer, mas você tem que estar limpo na alma, 
no amor. E eu sou essa pessoa, tenho Cristo dentro de mim. Amém. 

Rogéria - 1943 - 2017

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DIVA!
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26 de março de 2017

ELTON 70


Eu sou lembrado costumeiramente por 3 atributos:

1) Ser fã do super herói da Marvel, Homem de Ferro;
2) Ter sido um baladeiro terrível (sic) e amante das noitadas;
3) Ser admirador/colecionador/seguidor/fã louco (sic) de ELTON JOHN.

Ontem, 25 de março Elton comemorou seus 70 anos! Um sobrevivente.
Não se pergunta para um fã do por que uma data como essa; ligada a seu ‘ídolo’; é importante. Surgirão caras e bocas e no fundo fica meio óbvio.
Ok cabem explicações… Elton chegar aos 70 anos é muito mais que um aniversário. Elton é um sobrevivente. Um músico que permanece ativo,
compondo, fazendo muitos shows, isso por décadas. Aposentadoria parece mesmo que não lhe cabe bem, isso num mundo musical onde há um seleto grupo de setentões ainda na ativa.
2017 também é importante pra ele pois a marca de 50 anos de carreira foi alcançada. O dueto com seu amigo/letrista Bernie Taupin, salvo uma breve separação, rendeu aos dois marcas mais que expressivas, marcas mais que históricas, essa parceria elevou a dupla ao patamar de uma das duplas mais importantes de compositores do mundo da música internacional.
Repito que Elton é um sobrevivente pois atravessou as loucuras dos anos 70, as mudanças dos anos 80, a diversidade dos anos 90, entrou nos anos 2000 ativo e permanece ainda como ícone de gerações. Sobreviveu aos abusos de álcool e drogas, sobreviveu as mudanças de estilos da moda, sobreviveu as mudanças na industria fonográfica e ainda diversificou seus trabalhos indo pro cinema, teatro e televisão.

Estas mudanças lhe renderam um Oscar por ‘O Rei Leão’ em 1995 e prêmios de igual magnitude no teatro. Venceu 7 Grammys, numa época onde a música não era tão mundial assim e os americanos não costumavam premiar artistas que fossem forasteiros e Elton é inglês. Ele continua vendendo discos, num mercado cada vez mais restrito para prensagens. Ele vende também em música digital, continua compondo e sobretudo tem planos futuros em sua carreira.

Títulos ele também tem, muitos… Inspirador de astros do pop/rock de hoje, Elton John não esconde que gosta de trabalhar. Já se apresentou em mais de 90 países e sempre bate na tecla que não ficará satisfeito enquanto não passar dos 100. Megalomania de um astro? Prefiro dizer que é vontade de trabalhar.. Talvez eu nem precisasse dizer que em qualquer enciclopédia que fale de música contemporânea, o nome Elton John merece um capítulo todo seu. Um artista diverso, contestado, amado, idolatrado por todos os seus fãs. O baixinho, míope, careca e gorducho que no final dos anos 60 se meteu na turma do rock e se tornou um ícone.

É de Elton John a musica mais vendida de todos os tempos, ‘Candle in the wind’, dedicada a Princesa Diana. É dele o título de primeiro artista a colocar um disco em primeiro lugar na parada americana sem nem mesmo ter lançado o álbum: ‘Capitain fantasntic and the brown dist cowboy’ de 1975. Sua versão para a Broadaway de “O Rei Leão” da Disney, foi o primeiro musical a bater a marca de 1 bilhão de dólares em bilheteria. Elton John inaugurou a era de multidões em shows, levando
mais de 400 mil pessoas a uma aprestação gratuita no Central Park de Nova York em 1980. Lota estádios por onde passa. A música e os artistas mudaram por conta dele, algo que só veio a ocorrer novamente com Miahael Jackson. Lady Gaga se declara abertamente te-lo como inspiração.

Elton John é ‘O’ benemérito. A fundação que leva seu nome, “Elton John AIDS Fundation”, que funciona desde 1992, ajuda ativamente portadores e entidades que lida com a doença nos quatro cantos do mundo. Elton promove show que arrecadam fundos, promove a mais badalada festa de pós Oscar em prol da causa, destina parte dos rendimentos de
seus shows e venda de discos para caridade. Elton foi modificado por esta causa e diz sempre que esta doença modificou sua vida, mesmo não sendo portador de AIDS. A doença levou seus mais íntimos amigos e companheiros de profissão. Ele conta todas as histórias de perdas e esperança num livro que escreveu: “O amor é a cura.”. 
Elton abriu seu coração e mostra o quanto se modificou desde então.

Para nós fãs isso é muito aparente e significativo. Por isso este 25 de março foi importante para todos nós pois desejar saúde e felicidade para Elton John é mais que um presente, é a certeza de que nossas vidas ficarão mais alegres quando ele sentar em seu piano e tocar ainda por alguns anos.
PARABÉNS SIR ELTON JOHN!


12 de março de 2017

'As invisíveis Dandaras'

Dandara


Houve uma morte, filmada, visualizada nas redes sociais… Brutal, cruel… Pensada… Dandara, de 42 anos foi a vitima. Motivo? Ser trans…

Segundo o Grupo Gay da Bahia, em 2016, 144 travestis e transexuais foram assassinadas no país. Neste ano, que está apenas no seu terceiro mês, já são 23. Eles formam o segundo grupo mais atingido entre vítimas fatais de ataques homofóbicos em 2016. Dos 343 assassinatos de pessoas LGBT, 173 eram gays (50%), 144 (42%) trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas (3%), 4 bissexuais (1%), além de 12 heterossexuais também em crimes homofóbicos – eram amantes de transexuais, chamados “T-lovers”.

Estatísticas oficiais não existem. Leis de proteção aos LGBTs, não existem. Direitos foram conquistados nos últimos anos, mas ser LGBT no Brasil ainda é ser quase que invisível.

A morte de Dandara chocou as redes sociais. Chocou até no exterior… Chocou pela brutalidade, pelo doloroso desrespeito aos direitos humanos, pela forma consciente dos agressores… Ela era uma trans e foi morta por ser trans.

Ser LGBT no Brasil atual é risco, a crescente intolerância e desinformação da sociedade transformam a individualidade em pesadelo. Zilhões de discussões se seguem e gays brasileiros seguem na invisibilidade. Sem estatísticas oficiais, sem legislação apropriada os números de mortes só crescem. Grupos de defesa das minorias, grupos de direitos humanos e os poucos políticos brasileiros que defendem as minorias fazem coro para uma mudança rápida na legislação, porém são vozes abafadas dentro do poder público. O descaso dos legisladores e também do judiciário travam avanços importantes na manutenção da dignidade e proteção de todos os LGBTs. Nenhum de nós esta imune a violência.

As dificuldades só crescem, desde o pouco engajamento dos próprios gays, a crescente onda fundamentalista  religiosa, até a falta de proteção jurídica. O estado brasileiro por muitas vezes é criticado por criar legislações específicas para grupos minoritários, porém sem essa alternativa, grupos inteiros sofrem violências contínuas. Vale lembrar que a Lei Maria da Penha, que ampara contra a violência contra a mulher foi muito contestada e veio; mesmo que tarde; para amparar não uma minoria, mas uma maioria dos habitantes do Brasil, que mesmo assim ainda sofrem enormemente. Algo precisa ser feito rápido.

Ter visto a trágica gravação do crime, me doeu profundamente. Eu, um paulistano de 49 anos, quis sentir na pele a que ponto chega a insanidade de alguns… Eu quis que doesse em mim também simplesmente para poder ter a certeza de que é preciso resistir, SEMPRE! Quiser eu que doesse também, nos donos do poder publico; não falo dos políticos somente; falo dos reais donos, o povo, a sociedade que esta alheia a fatos como esse.

Muitos brasileiros morrem todos os dias com a escalada da violência mas morrer por motivo explícito, morrer por ser gay, lésbica, travesti, transsexual ou bissexual é um fato que não pode mais estar invisível no número geral da violência no Brasil. Morremos a cada morte de um dos ‘nossos’. Morremos e a invisibilidade persiste.

Se o caso Dandara não tivesse chegado as redes sociais, talvez, nós aqui do sudeste não saberíamos da barbárie, como não sabemos dos inúmeros casos que acontecem Brasil a fora. Maria da Penha, um dia teve voz e foi ouvida. Esta na hora de alguma ‘Dandara’ ser ouvida também.

Chega de invisibilidade!


Para Dandara 1975 - 2017


Paulo Franco


6 de novembro de 2016

Um pouco da história perdida...

Não, uma máquina do tempo ainda não foi inventada, mas para que apelar 
a HG Wells* se a memória pode ser suficiente para lembrar daquilo que foi bom... A noite gay paulistana já teve seu glamour e época de ouro; diria; e ficou na cabeça de muita gente. Não gosto de falar em 'esquecidas' ou 'extintas', pois lembrança de todas as boates que já movimentaram a 'balada' arco íris de São Paulo, sem duvidas deixaram saudades.

Nomes e nomes... Medieval, Corintho, Nostro Mundo, Homo Sapiens, Bug House, Shock, Sky, Mad Queen, Gent's, Diesel B.A.S.E, Rave, Ultralouge, Malícia, Clube Z... 

Se você que lê esse post,  nunca ouviu falar delas, não sabe o que perdeu. 
Quem esteve lá sabe e até pode dizer que as glamusosas boates de hoje em dia também não sabem o que perderam ou sendo bem mais saudoso, 
não sabem como se perderam.

O assunto é delicioso e esta na categoria de 'tempos que não voltam mais'. Recentemente foi feito um documentário sobre as noites da lendária Corintho - 'São Paulo em Hi-Fi' de 2013 -  matou um pouco da saudade... Mas ok, este post é sim para homenagear as lendárias, mas sobretudo, para resgatar um pouco do que ficou no tempo e para isso, eu abro parte de uma coleção; que ainda tenho, de muitos e muitos flyes perdidos no tempo de muitas delas.

É claro que hoje em dia flyers não fazem mais sentido, mas para a época, não haviam 'black cards' ou listas vip ou emails, whatsapp, Facebook... Orkut? Não a internet não existia. Ter um 'convite' era o passaporte para entrar free, ter um flyer rendia desconto... A formula não mudou, mas o charme sim.

Estou escrevendo para você que nunca viu um destes ou se viu, resgato muitos bem legais. Se você esteve com um destes na carteira; um dia; saiba, tenho eles vivíssimos!

Vamos lá para as marcas das lendária boates de São Paulo...

Herbert George Wells, conhecido como H. G. Wells (Bromley21 de setembro de 1866 — Londres13 de agosto de 1946), foi um escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana

MEMÓRIA

Infelizmente nada tenho das boates Nostro Mundo (primórdios), Medieval e Corintho. Anos 70 e inicio dos anos 80... A divulgação era outra coisa, tipo boca a boca principalmente para a Nostro Mundo, em plena ditadura militar no Brasil. Pesquisem como era difícil pra época!
Eu não frequentei os primórdios da Nostro Mundo, nem a Medieval, não tinha idade nem consciência que lugares assim existiam. A primeira boate que pus meus pés ficava na Rua Augusta e se chamava Bug House. Foi um choque! kkkk Choque bom, pois para um menino de 18 anos (sim tinha que ter 18 anos pra ir tá kkkk) aquele lugar pequeno e mais para bar que para boate era um sonho.
Da Corintho posso falar mais e melhor. Cheguei a casa também com 18 anos e lá, ahhh era outra coisa. Uma casa enorme, situada na Rua Imarés, no Ibirapuera. Tinha shows fantásticos, muita gente, muito glamour, pista enorme mesmo para os padrões de hoje. Peguei o auge da boate e permaneci até sua decadência e fechamento. A história das boates gays paulistanas JAMAIS poderá deixar de citar a Corintho e de sua fundadora Elisa Mascaro.

Vamos lá, mas vamos esquecer um pouco a cronologia kkk


O MAIS ANTIGO DA COLEÇÃO


Boate Shock House, ficava na Bela Vista entre 1987 e 1990. Abriu depois houve uma separação de proprietárias de outra casa, a Bug House que funcionava na Rua Augusta. A Bug house reabriu depois na Rua Santo Antônio no Bexiga. Os flyers da Shock eram quase que artesanais, apenas uni faces, de impressão bem simples e eram chamados de convite. Eu batia cartão lá" kkkkk




Clássico da boate Rave. Situava se na Bela Cintra, já nos anos 2000. Sofisticada, era frequentada por um público de mais poder aquisitivo. Estes flyers eram muito bem elaborados, em bom papel e os valores da face equivaliam a desconto no preço da entrada em Reais. Detalhe, o nome do prometer da casa esta escrito nos dois exemplares que tenho. Se o Peter ver isso, seria bem legal.



Clássico da Blue Space! Bons tempos em que se pagava incríveis R$10,00 pra entrar na balada! kkkkkkkkkk



Outro clássico, boate Tunnel, ainda em funcionamento na Rua dos Ingleses.
A Tunnel; junto com a Blue Space; ganhou o posto de boate mais antiga de SP após o fechamento da Nostro Mundo.


Projeto paralelo da SoGo, bar temático, virando a noite, à parte da pista de dança mas em paralelo com a boate. Houve muita diversão por lá kkkkk



Um dos temáticos da lendária DIESEL B.A.S.E. Essa foi A BOATE! Gira na minha cabeça pelas ótimas lembranças. O local era incrível, situada na Brigadeiro Luiz Antônio, num dos anexos onde era a mega sauna do Hotel Danúbio (hj é um campus de faculdade). Iniciativa do saudoso Sergio Kalil, esta boate que foi inaugurada hetero, não durou 1 ano até virar clube gay. Fez história! Shows, uma pista enorme e fervidíssima, os melhores DJs da época, serviços corretíssimos. As filas para a entrada sempre era enormes. A casa lotava sempre. Fechou ainda no auge pois o Kalil imaginava que a decadência não era chique e encerrar no auge não decepcionaria os fieis frequentadores.


Saunas, quem nunca kkkk


Boate Planet G. Incrível ver que já se pagou R$3,00 para ir na boate! kkkkk


Mais 'moderno' Flexx Clube. Ainda em funcionamento e marcou época pela pista Open Air. Foi a boate que conseguiu por alguns anos bater de frente com a The Week .


G Clube, boate que durou pouco porem quando novidade foi muito frequentada. Não fazia o eixo tradicional do circuito gay, pegou o inicio da febre da Vila Olímpia e Vila Madalena. Fui pouco.


O encerramento da DIESEL B.A.S.E estava próximo e este flyer anunciava uma das ultimas festas.



Esse é da faze derradeira da Nostro Mundo. Nostro foi pioneira, A PRIMEIRA. Sua história se confunde com tudo o inico da luta gay por reconhecimento. Era a ditadura militar, banidos e excluídos... A Nostro Mundo foi a maior longevidade de uma boate gay em São Paulo. Sem dúvidas uma das lendárias!


e-male, mais uma de ambiente pequeno mas que misturava ambientes diversos. Fui poucas vezes lá.



Carnaval da Blue Space ahhhh quem nunca kkkk



LEVEL CLUB. Sucessora da DIESEL B.A.S.E. Local diferente, boate gigante, com shows e todo o cast de Sergio Kalil. Marcou época e também e inaugurou novo roteiro gay para as boates: a Barra Funda. A Flexx, anos depois aproveitou a Marques de São Vicente para se instalar.

Mais um da SoGo

Puerto Livre. Ficava na Rua da Consolação, bem próxima da Nostro Mundo. Outra que durou pouco.


Planet G

Bem antes dos Scruffs ou Grinders da vida era no Man Hunt que quem procurava, achava kkkkk


UP Club Mix de Mogi da Cruzes, mais moderno e pra mostrar que fora da capital, o mundo também pulsa!


Freedon, a menor faixa etária onde ja me vi envolvido em toda minha vida kkkkkk Lá eu me sentia um dinosauro literalmente! kkkkk


Saunas kkkk


Mais um da LEVEL CLUB


Outro da DIESEL B.A.S.E


Hard Closed, projeto que ocupava a parte superior da pista da DIESEL B.A.S.E. Tinha um público ligeiramente diferente mas era bem legal também.



Este flyer guardo com carinho. A ULTIMA NOITE da DIESEL B.A.S.E.
Todos os frequentadores já esperavam pela ultima vez lá mas fingíamos que era só boato kkkk
Neste dia foi a ultima... Lembranças foram a mil agora!


Ultra Lounge, uma das mais sofisticadas boates que já houveram. A casa não era muito grande, mas era charmosa, sofisticada, glamurosa. Outra que tinha frequentadores de mais poder aquisitivo. Um som ótimo na pista, que contava com uma cama de casal chiquérrima. Esta foi uma das primeira boates a contar com uma hostes na porta e a escolher quem entraria. Sortudo eu que sempre entrava.


Vermont Itaim. Local para 'elas' e seus 'sambas de rainha'. Queria beber uma cerveja e ouvir um som ao vivo de qualidade? Ia se lá.


BUBU. Quando apareceu era a novidade. Pinheiro não era ainda rota, hoje é. A boate mudou muito desde a inauguração e ainda tem um dos melhores espaços indoor de todas as boates de SP.

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Este post teve o objetivo de resgatar a memória das boates e das noites gays paulistana.
Todas as imagens postadas são de meu acervo pessoal, porém devem ter proprietários.
Caso haja algum direito autoral, que não respeitei, sobre as imagens, por favor me avisem para que eu faça o reparo.

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