˙˙·٠•● eu sou a lenda ☠ eu (r)existo ●•٠·˙˙™ - UM POUCO MAIS!

2 de dezembro de 2007

Voce já vestiu seu personagem hoje?


Uma frenética necessidade de nunca crescer

Contos de fadas sempre fizeram parte do imaginário coletivo, mas nunca estiveram tão presente no dia a dia das pessoas. Enquanto algumas mulheres insistem no Complexo de Cinderela e os homens assimilam a Síndrome de Peter Pan, entre os gays surge uma noca vertente: A Sindrome de Hello Kit.

Pra começar: quem é Peter Pan? O personagem é um rapaz que se recusa a crescer e passa a vida tendo aventuras... A temática da história gira em torno do não crescimento de Peter, que quer ser criança para sempre, afim de evitar as responsabilidades da vida adulta. Não demorou para os psiquiatras batizarem um distúrbio como Síndrome de Peter Pan. O termo começou a ser adotado pelos especialistas para descrever um adulto que receia os comprometimentos e se recusa a agir conforme sua idade. Quem vive a realidade da síndrome, foge a qualquer adversidade, não tem capacidade de adaptação, não consegue se casar, e se conseguir, torna-se um péssimo pai ou mãe, chegando a abandonar os filhos, não aguentam transito, nem excesso de trabalho.

De acordo com o psicólogo americano Dan Kiley, autor do best seller "A Síndrome de Peter Pan e Dilema de Wendy", o problema surge quando a pessoa se recusa a crescer depois de um tempo e vive num mundo de conto de fadas, como se fosse uma eterna criança, fugindo de responsabilidades, querendo ser mais jovem do que realmente é e curtindo a vida, literalmente, numa boa."
A tal da síndrome realmente parece estar na moda, já que surge uma nova corrente que afirma que os gays já tem a sua. Só olharmos para o lado ou para os orkuts da vida e vemos tipinhos que agem esconendo se em torno de pseudônimos e agindo como adolescentes (sendo ou não), dedicam horas a academia, adiam o casamento, nunca param num emprego ou sequer trabalham e escondem a idade a sete chaves!", afirma a professora de ensino médio Eliana Nunes, que acredita que este mal acomete tanto a homens quanto a mulheres nos tempos de hoje.
Segundo a psicóloga Esther Villa existe uma grande falta de maturidade nessa turma que insiste em viver na Terra do Nunca.Cultuando ícones, transformando fantasias em realidade virtual, mesmo que nunca possa ser verdade.
"Estas pessoas são desequilibradas emocionalmente porque não aceitam aquilo que é real. Fingem ser reais e na verdade apenas omitem seus verdadeiros medos. Aqueles que sofrem da síndrome resistem para não se responsabilizar por atos e geralmente têm vínculos passageiros", afirma Esther. Mas será que este problema é predominantemente hetero? Para a psicóloga atinge na maioria, porém ela alerta para uma outra atitude comum entre os gays - "O problema dos gays está mais ligado à vaidade. Eles não querem envelhecer. Eles temem aparentar quem realmente são e ficam num culto ao corpo e beleza sem fim". E completa: "Podemos retardar um pouco o envelhecimento, mas não podemos fugir dele. É inevitável.
Esconder se num mundo fictício apenas deixa a pessoa mais vulnerável e sozinha. Quando ela se depara com outros que veem sua fragilidade, espurgam os do meio como um inimigo. A sindrome de Hello Kitt esta pra mostrar que gays e lésbicas embarcam num jogo perigoso, pois inibe a pessoa a um mundo de fantasia e sonho, que a impede de viver o real.
É comum encontrar aqueles que nunca conseguem um relacionamento estável, pois passado o tempo, seus personagens interagem na relação, causando conflitos sem fim. Parceiros e parceiras insatisfeitas batem asas. Resultado disso... novos personagens pra buscar novos e novas companias". Um círculo vicioso afirma a pesquisadora.
Se você não faz parte destas estatísticas, então atenção, porque o excesso de mimo com seu filho pode torná-lo um futuro Peter Pan. "Mães que superprotegem os filhos, mimam e os enchem de cuidados não os deixando ter preocupações e problemas estão criando sim futuras vítimas da síndrome de Peter Pan, conclui Esther.
Cuidado.

1 de dezembro de 2007

H.G.Wells



Herbert George Wells

(1866 - 1942)


Escritor Ingles mais conhecido como HG Wells é considerado o pai da ficção moderna. Suas óbras tratam de assuntos atualíssimos mesmo sendo um autor do inicio do século 20.Wells abordou temas incompreensíveis pra sua época como viagem no tempo, clonagem e corrrida espacial. Das óbras de H.G. Wells, as mais notáveis e certamente best sellers são:
A Máquina do Tempo (1895), A Ilha do Doutor Moreau (1896) e O Homem Invisível (1897) – notem, livros lançados com intervalo de um ano cada e ainda assim prodígios de imaginação e qualidade.Guerra dos Mundos, considerada por muitos sua obra máxima, é de 1898, e há uns dois ou três anos foi adaptada para o cinema por Steven Spielberg com Tom Cruise no elenco. Foi esse mesmo texto que, dramatizado pelo rádio por Orson Welles (não são parentes) para uma transmissão pela Rádio Mercury Theatre em 1938, provocou pânico em alguns desavisados moscões que ouviram a transmissão pela metade, sem o aviso inicial de que se tratava de uma encenação, e pensaram que a Terra estava realmente sendo invadida. Ah, sim, uma última curiosidade legada ao cinema: H.G. Wells foi vivido por Malcolm McDowell em um filme dos anos 1970 chamado Um Século em 43 Minutos, que usava o tema da Máquina do Tempo para transportar o próprio escritor ao tempo presente (o ano de 1979) para caçar um amigo que se revelara Jack, o Estripador. Destas óbras, todas tornaram se clássicos de Hollywood.
Das que mais gosto... bem..TODAS... mas vou trancrever as que acho mais fantásticas e atuais...Vamos lá...

A Ilha do Doutor Moreau - por H. G. Wells

uma crítica de Alexandre Beluco

publicada em 10.05.2002
republicada em 24.10.2003

A Ilha do Doutor Moreau foi escrita em 1896 por H.G. Wells, que é apontado como um dos pais da moderna ficção científica. A história é de uma atualidade atroz, na medida em que hoje em dia temas como clonagem ou manipulação genética circulam diariamente em jornais de todo o mundo. Entretanto, talvez o cerne da estória não esteja em questões tecnológicas, mas no próprio ser humano. A estória é contada por Edward Prendick que, depois de se ver náufrago, é resgatado por um passageiro renegado em um barco estranho. Esse passageiro, Montgomery, tem um amigo que não parece humano e traz uma carga bastante numerosa de animais. E Prendick se vê forçado a desembarcar quando Montgomery chega em seu objetivo, uma ilha perdida no oceano Pacífico.Na ilha, Prendick conhece o doutor Moreau, para quem Montgomery trabalha. Eles se isolaram do mundo para desenvolver um trabalho científico bastante duvidoso... recriar a forma humana a partir da remodelagem física de animais, um processo de vivissecção, e a partir da dor provocada trazer à tona a humanidade que fosse possível extrair dessas criaturas.Desse modo, desfilam pela ilha criaturas as mais diversas, como homens-porcos, homens-hienas, homens-cães e assim por diante. Alguns mostraram-se mais dóceis e, naturalmente, acompanham o mestre. Outros, foram deixados à sua própria sorte e vivem pela ilha em pequenos grupos, segundo uma lei ditada pelo próprio Moreau e na qual ele deve ser idolatrado como uma deidade.É claro que Prendick sentiu-se ameaçado, como também é claro que sua chegada provocou o início de uma rebelião entre os habitantes da ilha. Mas a catástrofe maior talvez tenha surgido pelo desejo de Moreau de se superar... Quando conseguiu fugir da ilha, Prendick não associou as experiências que viveu aos resultados dos experimentos de Moreau, mas aos potenciais negativos da humanidade. Tornou-se recluso e amante da ciência. Parece não ter deixado descendência.A estória mostra aspectos interessantes da natureza humana. De um lado, Moreau, que se isolou do mundo para dar vazão ao seu potencial criador e investigativo. E o fez com um ímpeto invejável. De outro lado, as suas criaturas, que mantêm suas características inatas pela doutrina rígida que devem seguir e que foi imposta por Moreau. Entre ambos, Montgomery e Prendick, um que largou tudo porque certamente se apaixonou pelas idéias que o intelecto de Moreau poderia tornar possíveis e o outro uma testemunha indesejável, esforçando-se por sobreviver.Em um primeiro momento a estória parece querer alertar para os possíveis problemas surgidos com a má condução de experimentos científicos. Mas a ênfase está centrada demais nas criaturas e em seu comportamento, parecendo querer mostrar como o homem pode ser mau e como é necessário uma mão firme para controlá-lo. Essa pode ser a causa da pequena repercussão dessa estória em comparação com outras da obra de Wells (como O Homem Invisível ou A Máquina do Tempo).No Brasil, são raras as versões integrais desta estória. Entretanto é comum versões recontadas fazerem parte de coleções para o público adolescente, como é o caso desta versão publicada pela Ediouro. Mas nenhuma edição parece dar respeito à estória sobre as loucuras de Moreau. Há alguns anos, quase como que em lembrança pelos seus cem anos, uma versão cinematográfica contou com a presença de Marlon Brando no papel de Doutor Moreau e incluía um romance entre Prendick e uma das criaturas da ilha.Mas tanto as versões recontadas quanto a versão cinematográfica parecem sofrer um esquecimento crônico. Como se essa história não merecesse ser lembrada. Talvez por lidar com imagens fortes, de homens-animais... ou talvez por trazer à tona questões realmente importantes, que exigem coragem e clareza de pensamento para serem abordadas. Enfim, a literatura mundial parece aguardar um desfecho para a estória das criaturas deixadas por Moreau em uma ilha do oceano Pacífico... será que elas, deixadas para viverem por si, retornaram mesmo à sua forma original? Será que elas não evoluíram para outra forma? Não haveria estrutura social que elas poderiam assumir e que fosse uma estrutura híbrida, intermediária entre as sociedades humanas e animais? Ou talvez aguarde uma nova versão, agora com um final feliz.

Nossos mundos em guerra - A Gerra dos mundos - por H.G.Wells

Durante toda a noite, os marcianos martelaram e trabalharam, alertas, infatigáveis, preparando suas máquinas. De quando em quando uma nuvem de fumaça branco-esverdeada subia em direção ao céu estrelado.Por volta das onze um destacamento de soldados chegou de Horsell e formou um cordão em torno do campo. Mais tarde, um segundo destacamento cruzou Chobham e se postou no lado norte do terreno. Vários oficiais do quartel de Inkerman já haviam patrulhado o campo horas antes, e um deles, o major Eden, estava desaparecido. O coronel do regimento foi à ponte de Chobham e interrogou a multidão à meia-noite. As autoridades militares certamente compreenderam a seriedade do que se passava. Por volta das onze, segundo relataram os jornais da manhã seguinte, um esquadrão de hussardos, duas Maxims e cerca de quatrocentos homens do regimento de Cardigan partiram de Aldershot. Segundos depois da meia-noite a multidão na estrada de Chertsey, em Woking, viu uma estrela descer do céu e cair na floresta de pinheiros a noroeste. Tinha uma cor esverdeada e causou um clarão silencioso semelhante a um relâmpago de verão. Era o segundo cilindro...

O trecho acima é do magistral Guerra dos Mundos, ficção científica escrita no século 19 (embora o estilo elegante e ao mesmo tempo delicioso do texto não denuncie nenhuma sensação de prosa datada)

24 de novembro de 2007

O fim do mundo também é aqui.


Nossas mulheres afegãs

Ando pelas livrarias e me assusto com a quantidade de títulos que remetem à vida de mulheres no longínquo e exótico Afeganistão e arredores. Todos os livros, sem exceção, descrevem suas vidas sufocantes, recheadas de inúmeras barbáries contra a vida e a liberdade individual feminina.
Fico a me perguntar por que tanto interesse dos brasileiros pelo tema, e a única resposta que me vem à telha é a de que somos, muitos de nós, voyeurs da desgraça alheia, desde que bem distante... Afinal, quanto mais longe, mais a tragédia se confunde com a ficção.
Somente isso explica por que ir tão longe se temos desgraças iguais ou piores diante de nossos narizes. Uma notícia neste feriado veio comprovar, mais ainda, que temos muito de Kabul em muitas regiões deste Brasil. A terrível história da menina de 15 anos de Abaetetuba, distante cidade do interior Pará, nos revela a face afegã que o Brasil tem e não admite. Ao arrepio de qualquer lei e de qualquer princípio moral e ético, a menina foi recolhida ao xadrez por haver praticado um furto. Não bastasse o desrespeito à sua idade, ela não só foi detida, como jogada numa cela com mais 20 homens. Precisa dizer o que aconteceu?
A tortura durou um mês, e a pena que ela pagou pelo delito cometido foi absurdamente desproporcional. Estuprada toda hora, todos os dias, sua pena chegou ao fim numa situação em que não é possível imaginar desenlace. O que ela viveu é um daqueles acontecimentos que jamais residirão no passado.
O cinismo com que as autoridades trataram o caso é que assusta e desanima: a garota teria acabado na prisão masculina pela inexistência de carceragem feminina; o superintendente da Polícia Civil garantiu não saber que a garota era menor de idade e, se ela tivesse dito, o procedimento teria sido outro. Tudo para depois surgir uma nova história de que a menina seria na verdade uma mulher de 20 anos e, além do mais, uma reles prostituta...
O desanimador é que no Pará o goiverno está em mãos femininas: a governadora petista Ana Júlia Carepa. Suas declarações foram tragicômicas: além de “chocada” com a notícia, ela fez questão de ressalvar seu Estado, dizendo que violação aos direitos humanos não é um problema apenas do Pará...
Como os milhares de escândalos a que assistimos diariamente, este terá o mesmo fim – o esquecimento sem qualquer punição. O que nos resta é descobrir e lamentar que temos muito pouco de civilidade para muito de Afeganistão.

Alexandre Pelege
Alexandre Pelege é comentarista do "Primeiro Programa" transmitido pela rádio Transamérica de São Paulo, diariamente de 6 ás 8 da manhã.
Este texto foi ao ar dia 22/11/07 e me fez refletir muito.
Assim o veiculo aqui pra lembrar sempre, que o fim do mundo também pode ser aqui.
Paulo Franco

>para conhecer mais...http://www.primeiroprograma.com.br

21 de novembro de 2007

Templários

TEMPLÁRIOS

As origens

Os templários - o nome completo é Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão - são filhotes das Cruzadas, o movimento que levou dezenas de milhares de europeus para lutar na Palestina e recolocar sob domínio cristão a terra onde Jesus nasceu e morreu. Para os que embarcaram na empreitada, enfrentar a morte em batalha por Cristo significava uma passagem de primeira classe para o paraíso. Organização e planejamento nunca foram o forte desses guerreiros: desconheciam a Palestina e cometeram muitas burradas. Mesmo assim, em 1099, entraram vitoriosos em Jerusalém. Em teoria, a Terra Santa agora era segura para os muitos peregrinos que vinham da Europa. Na prática, o que os primeiros cruzados conseguiram foi um punhado de cidades que permaneceram cercadas por um mar de muçulmanos.
A segurança dos peregrinos e dos comerciantes era um problema crônico. O devoto escandinavo Saewulf, que viajou para Jerusalém em 1102, conta que "os sarracenos [muçulmanos] estão sempre armando ciladas para os cristãos (...), à espreita dos que podem atacar por estarem em grupo pequeno ou daqueles que por cansaço ficam para trás. Ah, o número de corpos humanos que jazem, despedaçados por bestas selvagens..."
O perigo fez alguns nobres dar uma forcinha à defesa da Cidade Santa mesmo depois de conquistada. Um desses sujeitos era um cavaleiro do norte da França chamado Hugo de Payns, até então um ilustre desconhecido. Não se sabe exatamente quando nem por que Hugo foi parar em Jerusalém. Alguns relatos dizem que era viúvo e decidira se dedicar a Deus depois da morte da esposa. Outros historiadores falam de um massacre especialmente sangrento de peregrinos, que aconteceu na Páscoa de 1119 e levou o rei de Jerusalém, Balduíno 2o, a estimular a formação de uma milícia que protegesse os fiéis - chefiada por Hugo.
Seja como for, o fato é que, naquele mesmo ano, ele e outros 8 companheiros (a lista dos nomes ainda existe, e todos parecem ter vindo da nobreza da França) fizeram um juramento sagrado. Os votos eram exatamente os mesmos de qualquer monge do século 12 ou de hoje: pobreza, obediência e castidade. Mas a missão deles era surpreendente: assegurar, de espada na mão, que os peregrinos tivessem acesso sem medo aos lugares sagrados.
O rei Balduíno 2º lhes deu como residência parte do que ele julgava ser o Templo de Salomão - na verdade, era a Cúpula da Rocha e a mesquita Al-Aqsa, construídas pelos muçulmanos no lugar onde o templo havia existido na época de Jesus (veja mapa na página 55). Eis a origem do nome "templários" - o lugar ficou tão identificado com a ordem que muitos se referiam à ela como "o Templo".
É aqui que a usina de lendas sobre os templários começa a funcionar a todo vapor. Pouco se ouve falar das atividades deles, coisa que, na verdade, atrapalha bastante quem tenta entender como a ordem evoluiu nesse momento crucial. "Os documentos sobre essa fase da história deles são escassos. De 1120 até 1140, tudo é especulativo", diz Ellis "Skip" Knox, da Universidade Estadual de Boise, EUA.
Tanto é assim que os mais empolgados falam de uma escavação secreta no terreno do velho templo: Hugo e companhia teriam descoberto algum segredo dos primórdios da cristandade bem debaixo do seu quartel. Só alguns nobres de alto escalão teriam sido informados do "achado" e o acobertaram, em conluio com a ordem. O duro é saber que diabos era o tal segredo, porque cada teórico da conspiração tem seu artefato favorito. Alguns falam das relíquias sagradas do templo judaico; outros, do santo graal; há os que apostam na própria cabeça embalsamada de Jesus Cristo, provando que ele não tinha ressuscitado nem era divino. Os mais modestos sugerem que as ruínas do templo deram à ordem conhecimentos secretos sobre a natureza mística da arquitetura, como forma de criar espaços sagrados e de se comunicar com Deus. Essa sabedoria, depois, teria sido passada à maçonaria, que originalmente era uma confraria de mestres construtores.
Para a maioria dos historiadores, porém, o motivo do silêncio sobre a ordem nesses primeiros anos é bem menos empolgante: ela ainda não tinha a menor importância (bom, o que você esperava de 9 cavaleiros querendo brigar com todos os salteadores da Palestina?). Porém, pouco a pouco, a combinação da ajuda de patronos poderosos e uma boa dose de coragem em batalha começou lentamente a aumentar o poder templário. Em 1126, Hugo de Payns, então já conhecido pelo título de grão-mestre (chefe supremo) dos templários, viajou para o Ocidente para procurar recrutas e buscar apoio oficial da Igreja. E conseguiu atrair para o seu lado o monge francês Bernardo, abade de Clairvaux (canonizado como são Bernardo). O monge era provavelmente o intelectual mais influente da Europa, capaz de convencer papas e imperadores, e também um místico apaixonado. Em resumo: um trator. "O que Bernardo atacasse estava fadado ao fracasso; o que ele aprovasse florescia", diz Edward Burman, da Universidade de Leeds, Reino Unido, em seu livro Templários - Os Cavaleiros de Deus. Bernardo conseguiu a bênção oficial do papa para a ordem. Também elaborou para ela um conjunto de normas de conduta diária, indispensável para qualquer comunidade religiosa da época. Ainda havia gente dentro da Igreja que não era exatamente fã da idéia de monges matando em nome da fé. O futuro santo escreveu então uma carta em que justificava, com toda a elegância teológica, a guerra em defesa de Jesus. "O soldado de Cristo (...) é o instrumento de Deus para a punição dos malfeitores e para a defesa dos justos. Na verdade, quando ele mata malfeitores, não se trata de homicídio, mas de malicídio", afirmou Bernardo no Livro para os Soldados do Templo - Do Louvor do Novo Exército.
Completando o sucesso da missão de Hugo, nobres europeus de vários países fizeram doações de terras e rendas para os templários. A ordem virou uma instituição realmente internacional, e a única autoridade que realmente estava acima do grão-mestre era o papa.
Apogeu e declínio

"A partir de 1150, o progresso deles é claro", diz Knox. Para o historiador, a ordem tinha uma vantagem na bagunça que era a Terra Santa: ao contrário das grandes famílias de nobres, a morte individual de membros ou herdeiros era incapaz de destruí-la, e as batalhas vencidas não traziam reputação para um único membro, mas para toda a confraria. São vantagens, aliás, compartilhadas pelo outro grupo de monges-guerreiros da época, os hospitalários, com os quais os templários tinham de conviver na Palestina e no Ocidente. O grupo surgiu algumas décadas antes do Templo e seus propósitos iniciais eram, como o nome indica, dar assistência médica e espiritual aos peregrinos que chegavam a Jerusalém. Com o problema da insegurança, porém, ela passou a oferecer também outro serviço: escolta pelos caminhos da Palestina. De forma parecida com o Templo, foi ganhando controle de fortalezas e castelos. Não é à toa que as duas ordens tenham sido rivais e batido cabeça de vez em quando.
O dia-a-dia dos templários, a julgar pela regra da ordem, não era muito diferente do de qualquer outro monge. As normas eram duras. Havia dezenas de orações a serem pronunciadas diariamente, e datas semanais e anuais de abstinência de carne ou jejum total. Era proibido fazer a barba, caçar (leões eram permitidos), possuir mais de 3 cavalos (o grão-mestre podia ter 4) e, principalmente, ter qualquer contato com mulheres. A paranóia em relação ao sexo feminino é típica da Idade Média, mas a regra templária pega pesado. Eis o que diz: "A companhia de mulheres é uma coisa perigosa, pois por causa dela o velho Diabo tem desviado muitos do reto caminho do paraíso". E ainda especificava as mulheres que não se devia beijar: "Viúva, moça, mãe, irmã, tia ou outra qualquer".
Os dormitórios tinham de ficar sempre iluminados de dia ou de noite e era preciso dormir de calças e botas - supostamente para que os cavaleiros estivessem sempre prontos para sair na porrada. Mas esse detalhe também servia para impedir que eles, digamos, resolvessem contornar a falta de mulheres com aquele barbudo da cela ao lado. Em batalha, os templários eram sempre os primeiros a avançar e os últimos a recuar, e a ordem normalmente não pagava resgates caso um de seus homens fosse capturado. Na prática, isso significava quase sempre uma sentença de morte para o cavaleiro aprisionado. As punições para quem pisasse na bola eram severas: ser açoitado, posto a ferros ou obrigado a comer comida do chão, feito cachorro. Os detalhes da ordem não podiam ser comentados fora do mosteiro: ela gostava de manter segredo sobre seus planos, o que deu munição, mais tarde, para que seus inimigos afirmassem que ela praticava rituais sinistros ou imorais.
A prosperidade da ordem fez os templários se afastar da missão inicial: proteger os peregrinos. Ao lado dos hospitalários, os cavaleiros do Templo se tornaram a espinha dorsal do Exército do Reino de Jerusalém. No Ocidente, a ordem virou o protótipo dos bancos atuais, emprestando seus consideráveis bens a juros (leia quadro na página 51). A nova situação da ordem atraiu críticas. Muita gente começou a achar estranho que sujeitos auto-apelidados de "pobres cavaleiros de Cristo" fossem donos de cerca de 9 mil propriedades na Europa e na Palestina. Já os soberanos de Jerusalém, depois de perceber que precisavam negociar com os muçulmanos se quisessem permanecer na região, reclamavam da desobediência e da cabeça-dura dos templários. "Intolerantes? Com certeza, embora até os templários estivessem dispostos a lutar ao lado de muçulmanos se um perigo maior estivesse presente. Teimosos? Sim, e eram famosos por isso. Temerários? Bem, sim, mas muitos outros cavaleiros também o eram. As pessoas da época, inclusive os muçulmanos, chamavam isso de bravura", diz Knox.
O fato é que as supostas falhas de caráter dos templários não foram tão importantes enquanto o Reino de Jerusalém estava bem das pernas. A situação, porém, foi se alterando ao longo dos anos 1170, com a chegada ao poder do líder muçulmano Saladino. Ele conseguiu trazer para o seu controle tanto a Síria quanto o Egito, deixando as terras cruzadas, na prática, cercadas por um único império.
O estopim para a guerra total veio quando uma força liderada pelo filho de Saladino pediu permissão para atravessar pacificamente a Galiléia e o senhor da região, Raimundo de Trípoli, a concedeu. Mas o grão-mestre de então, Gérard de Ridefort, ao saber do fato, resolveu emboscar os islâmicos. Tanto o chefe dos hospitalários quanto o vice de Ridefort, marechal Jacques de Mailly, tentaram fazer com que ele desistisse, porque o Exército muçulmano era grande. Ridefort acusou a dupla de covardia e ainda cutucou Mailly: "Vós amais em demasia vossa cabeça loura para querer perdê-la". E partiu para o ataque com só 90 cavaleiros.
Se havia algum covarde ali, certamente não era Jacques de Mailly, que morreu lutando no mesmo dia. Já Ridefort tomou uma sova e fugiu, enquanto o furioso Saladino reunia sua força total para atacar o reino. A batalha decisiva varreu do mapa as forças cristãs. Saladino poupou o rei e o grão-mestre dos templários, mas não os demais monges-cavaleiros. Ao amanhecer, 230 cavaleiros do Templo foram decapitados. Em 2 de outubro de 1187, Saladino entrou triunfalmente em Jerusalém.
Não era o fim - ainda. Os cristãos mantiveram algumas possessões no litoral da Palestina e foram reconquistando o território, chegando até a retomar Jerusalém por um tempo. Ao longo do século 13, porém, as forças se tornaram dependentes da vinda constante de cruzados da Europa e da desorganização dos muçulmanos. O reino foi se tornando cada vez mais nanico e mudou sua capital para a cidade de Acre, onde recaiu o ataque decisivo muçulmano, em 1291. A bravura da ordem se revelou como nunca: o próprio grão-mestre, Guilherme de Beaujeu, morreu em combate. Quando os cristãos evacuaram a Terra Santa, a última fortaleza a resistir, por cerca de 12 anos, era templária e ficava na ilha de Ruad. No fim, porém, a única saída foi abandoná-la.

A queda

Um desastre como a perda da Terra Santa costuma ser a deixa para buscar um bode expiatório, e boa parte dos dedos da Europa se puseram a apontar para templários e hospitalários. A falta de obediência, a rivalidade entre elas e até uma suposta falta de coragem foram duramente criticadas, e muitos intelectuais e religiosos propunham que elas fossem fundidas, ou então dissolvidas para que se criasse uma nova ordem. Os templários, liderados por um novo grão-mestre, Jacques de Molay, resistiram a essas medidas. E, por algum tempo, o papado ficou do lado deles, ajudando mesmo a arrecadar novos fundos para combates no Oriente.
Na época, a França era o reino mais poderoso da Europa, e seu soberano, Filipe, o Belo, tinha seus próprios planos para o papado e os templários. Sua influência sobre a Igreja levou à eleição de um francês, Clemente 5o, como papa em 1305. Clemente nem chegou a ir para Roma, passando toda a sua carreira na França. Logo ficou claro que Filipe exercia pressão para garantir seus interesses.
Um dos projetos do rei era unir as ordens, de preferência transformando a si mesmo em grão-mestre, e assim liderar uma nova cruzada para retomar Jerusalém. O plano não foi em frente e Filipe decidiu tomar medidas drásticas: em 1307, ordenou secretamente a prisão de todos os 15 mil templários da França. As razões exatas para que resolvesse acabar com o Templo não são muito claras, mas tudo indica que ele desejava tomar posse das consideráveis propriedades dele e talvez visse as derrotas na Terra Santa como uma deixa propícia para atacar.
O próprio Jacques de Molay foi preso dias depois de ajudar a carregar o caixão da cunhada do rei. Para se ter uma idéia da ingenuidade do chefe templário, ele tinha pedido ao papa, no mesmo ano, que investigasse alguns boatos caluniosos contra os templários - pelo jeito, já era a campanha difamatória de Filipe em ação. A acusação oficial era previsível: heresia. Crimes "horríveis de contemplar, terríveis de ouvir, uma obra abominável, uma desgraça detestável, uma coisa quase inumana, na verdade desprezada por toda a humanidade", diz a ordem de prisão.
A linguagem deixa claro que tudo não passava de perseguição política. Era uma receita prática para se livrar de gente incômoda. Tanto é assim que as acusações - renegar Cristo e cuspir em imagens dele, praticar sodomia ritual e adorar um misterioso ídolo de 3 cabeças ou com forma de gato ou bode chamado Baphomet - aparecem, com poucas mudanças, em todos os outros processos contra heréticos da época. Quase nenhum historiador vê traços de verdade nessas histórias. Há quem suponha que o tal Baphomet fosse, na verdade, a relíquia de algum santo, ou que a negação de Cristo fosse parte de técnicas templárias para escapar com vida das prisões muçulmanas fingindo ter se convertido, mas a história da ordem não parece apoiar essas especulações.
O fato é que até o papa Clemente 5º criticou as prisões arbitrárias. Um processo papal foi instalado para averiguar as acusações - muitos templários confessaram sua culpa induzidos por tortura e depois voltaram atrás diante dos enviados de Clemente. A idéia foi corajosa, mas resultou na morte de 54 membros da ordem: segundo as regras da Inquisição, hereges confessos que voltassem atrás deveriam ser imediatamente executados. Jacques de Molay, que era analfabeto e pelo visto não muito inteligente, disse que não tinha estudo suficiente para servir de advogado da ordem. Ficou à espera de que o papa o salvasse.
A investigação papal em toda a Europa achou pouquíssimas provas de heresia. Mas a pressão de Filipe continuava, e Clemente 5o acabou concordando com a dissolução da ordem em 1311. O rei conseguiu alguns bens dos templários, mas de forma clandestina: a decisão do papa foi legá-los aos hospitalários, enquanto os ex-cavaleiros entravam para mosteiros de outras ordens ou se tornavam mercenários. Mesmo extintos, os templários ainda dariam origem a mais uma lenda: a de que a perseguição apenas fez os membros mais importantes sair de cena e continuar a promover seus interesses místicos em segredo. Para isso, teriam se ligado ao Priorado de Sião, uma ordem que permaneceria até hoje e que teria tido, entre seus líderes, o pintor Leonardo Da Vinci e o físico Isaac Newton. O grupo guardaria os principais segredos da origem do cristianismo, como o graal e a linhagem de supostos descendentes de Jesus e Maria Madalena. A história, divulgada em livros como O Código Da Vinci, é uma das principais responsáveis pelo renascimento do interesse nos templários. O problema é que documentos que provem a existência do Priorado de Sião são raríssimos, e os que o ligam aos templários, inexistentes. Para os pesquisadores sérios, nada disso faz sentido.
O fim dos templários, no entanto, não foi desprovido de mistério. Na cadeia, Jacques de Molay e seu companheiro Geoffroy de Charney tiveram um último gesto de coragem: renegaram sua confissão de heresia. E, numa pequena ilha do rio Sena, os dois pereceram na fogueira em 1314. Reza a lenda que Jacques de Molay convocou o rei e o papa a comparecer diante do tribunal de Deus antes que o ano terminasse. Pelo visto, praga de templário pega: Filipe, o Belo, e Clemente 5o morreram antes que 1314 findasse.

Os homens do dinheiro

Nos primórdios dos bancos europeus - quando a expressão "fazer um depósito" significava literalmente depositar metais preciosos, cereais ou até escravos numa instalação segura para que eles fossem guardados -, os templários desempenhavam papel fundamental para a economia do Ocidente e da Terra Santa. É difícil saber exatamente como eles acabaram abraçando esse negócio, embora a própria natureza da ordem favorecesse esse caminho, de certa forma.
"Assim como aconteceu em outras épocas em cidades como Veneza e Gênova, estar dividido entre dois centros econômicos parece levar de forma bastante natural à necessidade de desenvolver mecanismos para transferir grandes quantidades de dinheiro entre um lugar e outro", diz Ellis "Skip" Knox, da Universidade de Boise, EUA.
Os serviços oferecidos pela ordem eram variados e, segundo a reputação deles na época, confiáveis. Um nobre que fizesse uma doação em dinheiro ou terra para os templários podia estipular, por exemplo, que a quantia ou o imóvel devia ser utilizado para prover o sustento de sua esposa e filhos quando ele morresse. Quem depositasse bens numa casa templária do Ocidente e rumasse para a Terra Santa tinha o direito de retirar quantias equivalentes quando chegasse lá. E, por quase sempre dispor de somas substanciais de dinheiro vivo, a ordem estava em posição privilegiada para realizar empréstimos, criando uma clientela fiel entre a alta nobreza e o clero. Um detalhe interessante é que os empréstimos, claro, eram feitos a juros - prática condenada oficialmente pela Igreja da época.

Padre templário

Os membros combatentes da ordem, apesar de sua formação de monge, eram quase sempre analfabetos e com pouco conhecimento de teologia ou das escrituras. Por isso, as missas, confissões e outras cerimônias religiosas eram presididas por padres que viviam nos estabelecimentos templários.
CavaleiroQuase sempre de origem nobre, era o membro da ordem por excelência: tanto um guerreiro experiente, treinado para combater a cavalo com armadura pesada, quanto um monge ordenado, com votos de pobreza, obediência e castidade. Usava um manto branco com a cruz vermelha. Dificilmente correspondiam a mais de 10% dos membros.
SoldadoOs templários também recrutavam soldados leigos, que não eram monges e, na Terra Santa, podiam ser até cristãos de origem síria. Usavam mantos e seus oficiais eram chamados de sargentos. Nenhum deles era obrigado a seguir os votos dos cavaleiros e alguns eram até casados. Havia também irmãos leigos que realizavam tarefas domésticas.
CavaleiroOs membros da outra ordem militar-religiosa da Palestina levavam vida dupla, ao contrário dos templários: dedicavam-se tanto a alojar doentes e peregrinos no Hospital de São João de Jerusalém (daí o nome) quanto a combater os infiéis como cavaleiros. A ordem mudou sua sede para Rodes e depois para Malta, durando até o começo do século 19.

A Arca, o Graal e tudo mais

"Todo louco mais cedo ou mais tarde acaba vindo com essa dos templários. Há também loucos sem templários, mas os de templários são mais traiçoeiros", diz um dos personagens do romance O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. Tantas besteiras foram escritas sobre esses cavaleiros nos últimos 250 anos que quase se tem a impressão de que toda conspiração precisa de alguma forma envolver a ordem.
A maçonaria, por exemplo, teria se originado de mestres pedreiros que aprenderam com os templários as técnicas secretas que guiaram a construção do Templo de Salomão. (Parece que ninguém prestou atenção no fato de que o templo estava destruído fazia mais de 1 000 anos quando o primeiro templário pôs os pés na Terra Santa.)
Os supostos rituais heréticos em torno de Baphomet seriam, na verdade, a adoração da cabeça embalsamada de Jesus Cristo. A lista não tem fim, mas até onde os historiadores puderam pesquisar, não há um só fiapo de evidência confiável nessas teorias.
Mas por que justamente os templários foram despertar tantas lendas? "Um dos fatores que deve ter estimulado é a paixão dos escritores românticos do século 19 por coisas medievais, pois os mitos, na verdade, se originaram nessa época. Outro é a falta de fontes sobre os anos iniciais dos templários. Isso dá aos criadores de lendas muito espaço para trabalhar", afirma Knox. O fim da ordem também não ajudou: várias das acusações falsas feitas a eles por Filipe, o Belo, acabaram reforçando a idéia de que os cavaleiros seguiam algum tipo de culto místico pré-cristão. E a lenda permanece até hoje.

Para o além-mar

A perseguição não atingiu da mesma maneira os templários de toda a Europa. Fora da França, a tortura foi menos usada para extrair confissões dos cavaleiros. Por isso, pode-se supor que foi com a honra intacta que alguns deles ingressaram na nova ordem criada por dom Dinis, rei de Portugal, em 1318: a Ordem de Cristo.
Na verdade, não há consenso entre os historiadores sobre a composição da nova confraria: para alguns, os templários portugueses (presentes no país desde os tempos de Hugo de Payns) teriam trocado de nome. De qualquer maneira, a Ordem de Cristo herdou todas as propriedades e fortalezas de sua antecessora, assim como os votos de pobreza, castidade e obediência (ao rei de Portugal, que claramente não era bobo).
Ao longo do século seguinte, os consideráveis recursos militares e econômicos da ordem, que passou a ser comandada pelo infante (príncipe) dom Henrique, foram direcionados para a expansão marítima portuguesa, que estava ganhando impulso. A Ordem de Cristo ganharia soberania sobre os territórios que conquistasse na África, bem como direito a 5% do valor das mercadorias vindas da região.
Novas mudanças liberaram os cavaleiros de seuvoto de castidade e pobreza, permitindo que navegadores como Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama se tornassem membros da Ordem de Cristo.
Os navios que aportaram no Brasil pela primeira vez traziam em suas velas o emblema da confraria, aparentemente uma versão modificada da antiga cruz templária.


PARA SABER MAIS
Os Templários, Piers Paul Read, Imago, 2000
Templários - Os Cavaleiros de Deus, Edward Burman, Nova Era, 1997
Os Cavaleiros de Cristo, Alain Demurger, Jorge Zahar, 2002
História Ilustrada das Cruzadas, W.B. Bartlett, Ediouro, 2003
Carta de São Bernardo ao Fundador dos Templários,
faculty.smu.edu/bwheeler/chivalry/bernard.html







...entre estações e trens...



Naquela Estação
João Donato/Caetano Veloso/Ronaldo Bastos


Você entrou no trem
eu na estação
vendo um céu fugir...
Também não dava mais para tentar lhe convencer a não partir...
E agora... tudo bem...
Você partiu,
para ver outras paisagens
e o meu coração embora finja fazer mil viagens fica batendo parado naquela estação...

foto: Paulo Franco



"..pra lembrar de ti...



...por onde andam aqueles dias...
Tudo bem que não deu certo...
...até achei que chegamos bem perto...
Por onde ficaram os planos... em que estação deixei escapar...
...lembro me dos dias de despedida...das noites nas estações da vida...... ...achei que chegamos bem perto...
...o choro... a vontade de não me deixar ir...
Não vou deixar de lembrar de ti... valeu a pena.
Sim.



Paulo Franco
20/11/2007






Você Vai Lembrar De Mim
Nunhum De Nós



Quando eu te vejo,espero teu beijo
Não sinto vergonha
Apenas desejo
Minha boca encosta em tua boca
que treme meus olhos
eu fecho
Mas os teus estão abertos
Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora
com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois
Esse foi um beijo de despedida
Que se dá uma vez só na vida
foto: Paulo franco Que explica tudo sem brigas
E clareia o mais escuro dos dias
Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora - com certeza eu enxergo
Que o nosso amor valeu a pena
Lembrar é o nosso final feliz
você vai lembrar...vai lembrar...sim...você vai lembrar de mim
Fotos: álbum particular/Paulo Franco.
Textos: "Naquela estação" - João Donato/Caetano Veloso/Ronaldo Bastos 1989. - "Pra lembrar de ti! - Paulo Franco 2007 - "Você vai lembrar de mim" - Nenhum de Nós" 1990

18 de novembro de 2007

Um mito feito santo....

São Jorge da Capadócia.



São Jorge nasceu na Capadócia no ano de 280. No final do século III, o cristão Jorge trocou a Capadócia, na Turquia, pela Palestina, vindo a ingressar no exército de Diocleciano.Jorge logo se destacou, sendo elevado a conde e depois a tribuno militar. Tudo ia bem, até que as perseguições aos seguidores de Cristo reiniciaram. O rapaz não quis negar sua fé, fazendo com que Diocleciano se sentisse traído. O imperador, então, condenou-o às mais terríveis torturas. E Jorge consegiu vencer a todas elas. Suportando uma dor atrás da outra, o filho da Capadócia suportou as lanças dos soldados, permaneceu firme sob o peso de uma imensa pedra, obteve a cicatrização imediata das navalhadas que recebeu e resistiu ao calor de uma fornalha de cal. A cada vitória sobre as torturas, Jorge ia convertendo mais e mais soldados. O imperador, contrariado, chamou um mago para acabar com a força de Jorge. O santo tomou duas poções e, mesmo assim, manteve-se firme e vivo. O feiticeiro juntou-se à lista dos convertidos, assim como a própria esposa do imperador. Estas duas últimas "traições" levaram Diocleciano a mandar degolar o ex-soldado em 23 de abril de 303.
Diz a lenda que Jorge, guerreiro teria salvo uma princesa das garras de um terrível dragão. Jorge, com sua espada, domou o dragão, que a princesa conduziu de volta a seu povoado como um manso cordeirinho. O misterioso cavaleiro disse ter vindo em nome de Cristo e que todos deveriam se converter. Embora Jorge não seja mais considerado santo pela Igreja católica, seu culto é autorizado pela tradição.


São Jorge é o padroeiro da Inglaterra

O "Santo Guerreiro" é também o padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Lituânia e da Catalunha (região da Espanha que reivindica identidade nacional, onde se localiza Barcelona). Não há consenso, porém, a respeito da maneira como teria se tornado patrono da Inglaterra. Seu nome era conhecido na Inglaterra e na Irlanda muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que retornavam das Cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade. Acredita-se que o santo tenha sido escolhido o padroeiro do reino quando o rei Eduardo III fundou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. Em 1415, a data de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país. Em 1970, a festa anual do santo nas igrejas católicas foi tornada opcional, com a reforma do papa Paulo VI. Entretanto, na Inglaterra e em outros lugares onde São Jorge é especialmente venerado, tal festa guarda ainda toda a sua antiga solenidade. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país.

A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, foi difundida na Idade Média. Está relacionada às diversas lendas criadas a seu respeito e contada de várias maneiras em suas muitas paixões. Iconograficamente, São Jorge é representado como um jovem imberbe, de armadura, tanto em pé como em um cavalo branco com uma cruz vermelha. Com a reforma do calendário litúrgico, realizada pelo papa Paulo VI, em maio de 1969, tornou-se opcional a observância do seu dia festivo. Embora muitos ainda suspeitem da veracidade de sua história, a Igreja Católica reconhece a autenticidade do culto ao santo. O culto do santo chegou ao Brasil com os portugueses. Em 1387, Dom João I já decretara a obrigatoriedade de sua imagem nas procissões de Corpus Christi. O Sport Clube Corinthians Paulista foi outra grande contribuição para a popularização de São Jorge, primeiro no Estado de São Paulo e depois no País, ao escolher o santo como seu padroeiro e protetor, em 1910.
A quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e devoção, vencendo batalhas e demandas, questões complicadas, perseguições, injustiças, disputas e desentendimentos.


Oração a São Jorge!




Eu estou vestido e armado com as roupas e as armas de São Jorge, para que os meus inimigos tenham pés e não me alcancem, tenham mãos e não me toquem, tenham olhos e não me vejam, e nem mesmo em pensamento eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão.Facas e espadas, se quebrem sem o meu corpo tocar.Cordas e correntes, arrebentem sem o meu corpo amarrar. Amém


Salve Jorge!

17 de novembro de 2007

... motivos pra sorrir um pouco menos!


Ausência
(Carlos Drummond de Andrade)

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


FIM











24 de outubro de 2007

O outro lado das fábulas.


João e o Pé de Feijão.

"AS FÁBUALAS LIDAM, DE FORMA LITERÁRIA, COM OS PROBLEMAS BÁSICOS DA VIDA, ESPECIALMENTE OS INERENTES Á LUTA PELA AQUISIÇÃO DA MATURIDADE."

As fábulas do estilo de João e o Pé de Feijão, são de origem britânica, sendo este a mais conhecida delas. Alguns dos seus elementos mais importantes são: a semente milagrosa que plantada faz nascer uma árvore que atinge os céus; a troca de algo bobo por algo possuidor de poderes mágicos; o gigante canibal que é vencido e roubado pela esperteza do herói; uma galinha que bota ovos de ouro ou o ganso de ouro; um instrumento musical que fala.
" A combinação destes elementos numa estória que afirma a conveniência da auto-afirmação social e sexual no menino púbere, a tolice da mãe que o menospreza, fazem com que a fábula seja muito significativa.
"A estória de João, sem violentar a crença no "maravilhoso" que ajuda a dar um sabor á vida, ensina que devemos sempre tomar a iniciativa e os riscos de traçarmos e trabalharmos na nossa vida , se queremos chegar a algum lugar.
João é um exemplo deste ensinamento.Quando ele vê o crescimento da árvore ele não espera que ninguém o mande escala-la para ver onde vai dar, ele toma a sua própria iniciativa de realizar a façanha .Depois, o pequeno herói se arrisca três vezes, escalando novamente a árvore para conseguir os objetos mágicos que viu na casa do gigante. Finalmente, ele destrói o pé de feijão para a sua própria segurança.Quando João resolve vender a vaca recebendo como pagamento as três sementes mágicas, descobre-se que ele ainda estava na fase oral. ou seja, ele necessitava de uma crença mais realista para encontrar segurança e abandonar esta fase, pois" a criança só aceita abandonar a fase oral se puder encontrar segurança numa crença realista, ou, mais provável, numa crença fantasticamente exagerada- no que o corpo e os próprios órgãos farão por ela. Mas vê na sexualidade alguma coisa não baseada numa relação entre homem e mulher , mas algo que pode realizar sozinha."
João não confiava em sua mãe que o desprezava. Assim podemos dizer que ele julgava não precisar de uma mulher para realizar a sua masculinidade e sem esta crença, a criança não é capaz de enfrentar o mundo.O que aconteceria se a sua mãe acreditasse que o valor das sementes mágicas era igual ao da vaca prestadora de tantos serviços ? João não teria precisado recorrer ao pensamento de que os poderes fálicos mágicos, simbolizados pelo pé de feijão, poderiam satisfazer as suas necessidades . Se a sua mãe tivesse acreditado no valor das sementes mágicas e ao menos tivesse valorizado a independência do filho manifestada na sua própria decisão de fazer o negócio por conta própria, o fato não teria sido tão nefasto para João.
Acontece que ela escarneceu dele e , o que foi pior, exerceu o seu poder oral, castigou o filho e o mandou para a cama SEM COMER.
Mas na cama João fantasia....e surge a sutileza psicológica dos contos de fadas. As sementes se transformam, à noite, no pé de feijão.Durante o dia este milagre não aconteceria, mas á noite a fantasia aduba os sonhos que João sonha ,o gigante, os objetos mágicos que irão lhe dar a esperança de, um dia, poder satisfazer os seus desejos de grandes feitos que a sua masculinidade recém descoberta lhe promete.O crescimento fantástico das sementes simboliza o desenvolvimento sexual de João, o poder milagroso a fase fálica substitui a fase oral pois as sementes miraculosas substituíram a vaca leiteira.Escalando o pé de feijão, a criança subirá ás alturas para conquistar uma existência superior.Mas, adverte a estória "há grandes perigos nisto. Ficar agarrado á fase fálica é um processo penoso, lento, bem diferente da fase oral."
A independência chega quando resolvemos os novos desenvolvimentos sexuais e sociais e a usamos para resolução dos problemas edípicos. Aí está a chave do aparecimento do gigante, o pai edípico, e o simbolismo da ajuda recebida da mulher do gigante, se não fosse por ela o canibal o teria destruído.Os roubos que o menino perpetra ele os faz, quando o gigante está adormecido, a marca da insegurança que ainda fareja os passos do rapazinho.E a sua oralidade o faz pedir a ajuda da mulher do gigante e esconder-se nas panelas e no forno que ela usa para servir o alimento ao marido.

Simbolismo dos objetos roubados por João

Bolsa de ouro: para sair da miséria na qual vive , João arrisca a vida subindo no pé de feijão, ou seja: em certo nível, escalar o pé de feijão se refere ao poder mágico da ereção do penis, mas também os sentimentos do menino em relação á masturbação.Quando se masturba a criança sente que roubou um poder muito precioso dos seus pais.

Galinha ou Ganso de ouro: João já aprendeu que as coisas se acabam se não pudermos produzi-las ou ter quem as produza.Com a galinha João já estaria satisfeito mas o risco da aventura o impele á terceira escalada.

A Harpa que fala: Este instrumento é mais do que um simples bem material É a arte, a beleza, as coisas superiores da vida. A ultima experiência de crescimento e João aprende que apenas confiar na mágica, não resolve todos os problemas da vida. Isto se solidifica quando de posse do instrumento que o possibilitou a adquirir uma humanidade integral ele toma consciência , devido á perseguição do gigante , que se ficar dependente de mágica para sobreviver terminará destruído.
Decepando o pé de feijão e matando o gigante, João livra-se do pai, do seu poder como o do gigante que o queria devorar.
João, no final da estória já se encontra apto para abandonar as fantasias edípicas e fálicas e pronto para viver a realidade possível a um menino da sua idade.
" Este conto de fadas, como vários outros, poderia ensinar muito aos pais sobre a forma de ajudar a criança a crescer. Diz ás mães o que os meninos precisam para resolver seus problemas edípicos: a Mãe deve apoiar a ousadia masculina do menino, ainda que sub-repticiamente, e protege-lo contra os perigos inerentes á afirmação masculina, particularmente quando dirigidos contra o pai.

FONTE : A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADASAUTOR
TEXTO : BRUNO BETTELHEIM
EDITORA: PAZ E TERRA
ILUSTRAÇÃO : CLAUDIO SALVIO

Eu volto ao assunto, debatendo sobre a descoberta e o desenvolvimento da homossexualidade. Acho que esse texto diz muito a respeito...

Paulo Franco

22 de outubro de 2007

... novidade no mundinho...

Série de humor gay faz sucesso nos EUA.


Uma animação que retrata a vida de um casal homossexual esta sendo considerada o "South Park" gay ns EUA. A série "Rick & Steve: The Happist Gay Couple in All the World" ( Rick & Steve: O Casal Gay mais Feliz do Mundo, em tradução livre) foi lançada neste mes pelo canal Logo da MTV, cuja programação é voltada à lesbicas, gays, bissexuais e transexuais, e chega a 26 milhõesde residências.
Criada por Q. Allan Brocka, a animação se passa na fictícia praia de West Lahunga, "o mais gay dos guetos gays", onde os personagens Rick, um americano de origem Filipina, e Steve, um viciado em musculação, moram em sua "casa fabulosamente decorada".O humor é ácido e lembra o desenho canadense "South Park", o mais popular entre os expectadores gays americanos, segundo a empresa Simmons Market Research. De acordo com o jornal The New York Times, o novo seriado tem piadas espertas baseadas nos esteriótipos do mundo gay.

"É a maneira que todos os gays soam quando fazem piadas de si mesmo: maldosa, impiedosa e histérica", diz o jornal Washington Blade, voltado a leitores homossexuais. A série começa com a dupla e uma amiga lésbica. que pede que Rick que a engravide.

É possíve assistir os capítulos no YouTube.

fonte: http://www.metropoint.com/



em breve...


IRON MAN

databook de uma transformação.

Foto: Paulo Franco - out 2007

11 de outubro de 2007

Masculino Futebol Clube S/A

"De salto alto"

Equilibrio, força, determinação, perícia, garra... Eita vida masculina complicada! O mundo é uma escola e a vida é um circo. Os tombos são inevitáveis, mas as pernas aguentam mesmo que aspanturrilhas doam. Ouvi dizer que viver nesse mundinho corrido, equivalhe a aprender a andar de salto. Ser forte e habil não adiantam, tem que ter algo mais. Pensei então... Ser simplesmente homem não basta. "Corri o dia todo... To quebrado.. Nem dei conta...Perdi o sono... Tive que acordar..." Ufa!!!!!
Eu sei que não tenho destreza, nem como
falar tanto a respeito, mas ultimamente me vi em tantas situações complicadas que me cheguei a pensar o quanto ser apenas homem consome e nos deixa completamente nús.
Sexo frágil! hehehehehehehehehehehehehe
Que me respondam isso as mulheres e que me ximguem os machos de plantão...As situações nos levam a loucura e o único meio de sair é um bom jogo de cintura e "não cair do salto". Ops... Pois é... "Andar de salto o dia todo... Cuidas das crianças... Do maridão... Limpar a casa... Ser patroa... Ter amor... Deitar na cama... Acordar e fazer tudo denovo!" Aff!!!!Devemos reclamar? NÃO!
Sencibilidade, afeto, tato, carinho, amor... Dicas tão simples, tão abtidas que as vezes; pra não dizer quase sempre; homens ditos de ferro se esquecem e deixam passar.
Vale repetir... "O mundo é uma escola e a vida é um circo...!
Posso até modificar... "A vida é um palco."
Apreder a andar de salto pode até não ser a minha praia, mas no dia a dia poderia no mínimo poupar um pouco de tempo, cigarros e estômago.
Quanto ao sexo frágil... me desculpem...
Homens de salto são lindos. hehehehehehehehehehehe
texto: Paulo Franco
fotos: Mulher maravilha versus Batmam - www.dccomics.com
Homem de Ferro - www.marvel.com


19 de setembro de 2007

Meu anjo; meu amor; meu riso; meu Corinthians; meus amigos...

Nos limites do fim...

fim sm. 1. Conclusão, final. 2. Extremo,limite.3. A última parte ou fase de algo; final. 4.Causa. 5. Alvo, mira. 6. Morte, óbito.

Este mes de setembro vem sendo bem curioso pra mim. Estou no limite de completar 40 anos; alias de hoje seis dias... Bem...
Digo curioso por notar que uma palavra salta meu cotidiano e assim resolvi reunir alguns motivos para pensar um pouco mais.
O fim...
Uma palavra simples de grafia mas carregada de simbolismos e dramas.
O fim e tudo aquilo que ele traz. A complexidade.



A noite GLS Paulistana perdeu um de seus icones. Simplesmente Nenê. Sua morte de deu em 31 de julho, mas somente agora eu soube.Lembro bem das noitadas na extinta boate Sky, no centrão, lá nos longinquos anos 80. Ali conheci o trabalho dele e muitas risadas se seguiram.Acho que a cena gay esta perdendo uma fase de risos. Já se foi nesse ano a Pandora Boat, outro ícone e o riso esta cada vez menor.
Caio em algumas facetas do fim... Morte;óbito; causa; fase de algo...

> não coloco foto do Sr Renan Calheiros por considerar indigno deste espaço.
A perplexidade salta os olhos e ouvidos atentos à realidade e aponta ao desfecho do caso Renan Calheiros no Senado Federal.
Perda do riso solto na noite gls e escandalos politicos em Brasília podem se misturar?
Nesse Setembro estranho sim.
A falta de vergonha ,de um julgamento descente ao caso. O desrespeito ao país, elevando o decrédito aos políticos me faz novamente enxergar similaridades.
O fim... Conclusão; final; extremo; limite.
Nesse caso do Sr Renan, nada de riso solto, nada de saudade nem final de uma fase, mas sim o escárnio puro, o limite da falta de ética,o meio do final da descencia.


Meu Corinthians. Nosso Corinthians. O Time de maior torcida do país segundo o DataFolha (18/set2007).
O que isso tem haver com os dois exemplos acima? Adivinhe...
Foram quatorze anos de roubalheira, desvios, desrespeitos, enganações. Ai o Timão, das páginas de esporte vai para os quadros policiais.
Presidente afastado; parceria que lavava dinheiro sujo do exterior, mafia Russa, time fraco beirando a 2ª divisão... Ufa!
É o fim da picada. O fim?
Eu espero que não. Todos os dias aparecem novas evidências que mancham a camisa branca do Corinthians. Triste.
Pois é e eu tenho que repetir... Fim: Limite; a última parte; alvo; causa; mira...

foto: Paulo Franco


Ganhei do meu irmão postiço Felipe, um texto lindo, que já publiquei aqui.Nele ele retratava o suposto fim de "As Quratro Estações".
Um desabafo de carência e apego a amisade.
Eu achei suas palavras lindas mas ao mesmo tempo muito tristes. Pensei se estava eu perdendo os amigos.
Tive a certeza que não.
O grito do Felipe é tão somente uma lembrança daquilo que maior podemos ter. Amor!

Este meu Setembro, meu aniverssário...
Venho perdendo o riso,a credulidade, a paixão fiel,os sonhos...
Versões do fim?


[A foto que existia aqui foi censurada por motivos políticos...]


Deixei meu amor. Deixei quem amo.
Deixei por não poder continuar com dúvidas.
Deixei quem esperva estar comigo além dos 50.
Deixei quem me fazia em partes feliz.
Deixei de sorrir. Deixei de crer.
Deixei por não ter respostas claras.
Deixei meu amor. Deixei coisas lá.
Deixei partes de mim.
Deixei quem escolhi pra casar.
Deixei quem esperei tanto pra chegar.
Deixei um pouco de mim.
E o fim?
Fim: Fase de algo.
Do amor?
Não.
Tenho fé que não.
Tenho certeza.

Paulo Franco 19set2007

Texto: Paulo Franco/ Minidicionário Aurelio da lingua portuguesa 1º edição.

Fotos: Simplesmente Nenê - net / Corinthians/Felipe Manuel/- Paulo Franco

18 de setembro de 2007

sem título

foto montagem: Paulo Franco


Um momento de egoísmo

Um momento de egoísmo, uma carência profunda, um pedido de perdão disfarçado de protesto em defesa da natureza.
A natureza é perfeita, afinal tudo o que é criado por Deus é perfeito.
Posso citar como exemplo as quatro estações do ano. Cada uma com seu modo, mas todas em sua órdem e ligadas por um equilíbrio perfeito, completando-se e enchendo o ano todo de vida.
Então porque sentimentos e ações diversas dos "homens" influem tanto nesse equilíbrio natural?
Talvez para "eles" seja de suma importâcia tais fatos, mas e para as estações?
Será que os "homens" não se importam com seus sentimentos?
Sei lá... Vejo o tempo passar e constato o que "os outros" fizeram com as quatro estações...
Primeiro com a mais alegre e colorida delas, a Primavera.
O preconceito "deles", junto com sua forma agressíva e sua visão fechada, desbotaram suas cores. Cortaram suas flores, calaram sua alegria e fizeram com que ela partisse pra longe em busca de um lugar onde ainda houvesse algum equilíbrio.
Se foi, ficando apenas em nossa memória e coração.
Segundo foi o Verão, o mais intenso, o mais quente.
A ganância, o desejo de explorar e a fome incansável que "eles" tem, foram implacáveis.Conseguiram sufocar o grande sol, sugaram sua luz e escravizaram seu calor, assim enlouquecendo sua mente e afastando seu espírito de tudo lhe dava alegria.
O inverno... Até mesmo o inverno, que pensei ser o mais forte,foi vencido. O mais sábio, o mais elegante e talvez o mais conhecedor da vida... O frio soturno não resistiu.
Os "desalmados", com suas mentiras, suas seduções maléficas, suas loucuras e ódios, dominaram a grande força. Arrancaram a sabedoria, calaram a voz da experiência e privaram o resto do ano de descansar seguros em seus braços, em seu sorriso de mestre e guardião.
Mas esperem... E o outono?
O vento que balançava os cabelos, o olhar triste e doce, o mais acolhedor... Foi simples...
Depois de terem usado seu vento, se deliciado de seu olhar, simplesmente se esqueceram do outono... O baniram ao esquecimento.
Sabiam que ele não tinha tanta força pra reagir. Sabiam que sem o resto do ano, nada mais seria que uma folha seca e acinzentada...
Este foi o fim do equilíbrio natural, meu coração se destrói só de lembrar de como os anos foram maravilhosos até então...
Eu escrevo este texto chorando e pedindo perdão às quatro estações por ter falhado em protege-las.
Talvez tenha enchergado tudo de forma equivocada.
Entendam por "homens", "monstros desalmados" e "outros", todos os fatos, situações e principalmente os humanos, encarnados e desencarnados, que de alguma forma contribuíram pra o fim.
Espero que todas as estações possam ler a história do fim e perdoem os erros deste escritor.
Obrigado e jamais esqueçam de como os anos foram lindos.

Assinado... O que restou de uma parte do ano que passou...

Felipe M. - O outono.
2007

"Eu resolvi publicar este desabafo não por simplesmente estar envolvido.
Pois isso seria muito simples, muito singelo.
Concordo em partes como os sentimentos do meu meio irmão...
Onde descordo?
No fim...
Jamais poderia acreditar no fim. Eu seria louco de deixar isso acontecer.
Assim, publico pra querer de coração tornar isso vivo.
Esta vivo!
É eterno!"

Paulo Franco - O inverno
set2007

14 de setembro de 2007

Universo paralelo...

Invadindo o universo Drag.

Quatro entre as mais famosas drag queens ensinam aqui a seduzir, conquistar e manter um homem. Fazem mais: alegando também conhecer profundamente as mulheres, suas inspiradoras, revelam segredos para que elas e até eles, se tornem mais provocantes.
Lascivas, irônicas, charmosas e muito exageradas, elas reivindicam para si o conhecimento supremo sobre os homens, sob o argumento de que os entendem mais e melhor do que as mulheres. Nem poderia ser diferente, as drag queens falam com conhecimento de causa: são homens de fato – homossexuais, na maioria dos casos – que se vestem de mulher sem deixar escapar nenhum detalhe. Bem, de mulher, não. De divas, como as grandes atrizes de Hollywood das décadas de 40 e 50. Elas se assumem como o "verdadeiro terceiro sexo", unindo em um só corpo as formas da mulher com um toque de homem e a cabeça de homem com perspicácia de mulher. As drags exploram cada milímetro do universo feminino, tudo em excesso. Ao se vestirem, abusam das plumas e paetês, enfrentam uma overdose de maquiagem e acolhem truques de estilistas habilidosos. Montadas as personagens, saem por aí com personalidades intrigantes e de raro bom humor. Faz parte da metamorfose, ainda, virarem mulheres sem nenhuma preocupação com trabalho, casa, parceiro e filhos – só a sensualidade fica à flor da pele. Por conhecerem intimamente a alma masculina e se esforçarem em ampliar as qualidades femininas, as drags são donas de um poder de sedução para lá de único. É essa fórmula que podem transmitir às mulheres. Tudo, como dizem, em nome do resgate do glamour perdido na relação entre as pessoas.

As divas falam...
Nany People



Charme é a palavra que faz diferença, na opinião da drag queen Nany People – o primeiro nome é homenagem a modelo Nanni Venâncio, de quem é admiradora; o segundo, explica, é "porque sempre fui considerada muito 'gente' pelas colegas de trabalho”.Para a drag, tanto os homens quanto às mulheres precisariam recuperar a gentileza no relacionamento. "Se por um lado as mulheres esqueceram como usar um bom sapato de salto alto, por outro, os homens já não sabem mais abrir a porta do carro para uma mulher entrar", diz. "Quando se chega a este ponto é porque a situação é séria" Nany People, 41 anos, formou-se em técnica em química, mas hoje diz que o mais próximo que chega da profissão é na "parte orgânica da matéria". A drag exerce todo o seu poder de sedução quando faz shows em casas noturnas e é aí que percebe o quanto alguns homens sonham tocá-la. "São eles os que mais me assediam, que sentem a necessidade de me pegar, muito mais até do que os próprios gays", diz. "Acho que isso acontece porque nós, drags, estamos sempre impecavelmente montadas. Somos mais femininas do que as próprias mulheres". Por outro lado, a drag afirma que não há mais espaço para cantadas que seguem aquele velho estilo de conversa fiada, do tipo "você vem sempre aqui?" Ou "bonitas pernas". "Isso virou sinônimo de descaso", reclama. "Afinal, estamos rompendo a barreira do preconceito e nos tornando definitivamente o terceiro sexo. Somos o supra-sumo da feminilidade. Uma drag é o que há de melhor na mulher, elevado ao cubo”.Ela cita o caso que mantém há alguns anos com um corretor da Bolsa de Valores de São Paulo. O relacionamento começou com um namorico, ficou tórrido e chegou a ponto de o rapaz largar a mulher por sua causa. "A mãe dele ligava para mim, querendo saber o que se passava entre nós", conta. "O mais curioso é que ela nunca descobriu que eu sou uma drag, achava que eu sou mulher”.A longevidade do romance, na opinião de Nany, deve-se ao fato de a primeira relação sexual ter se concretizado somente um ano e meio depois de terem se conhecido. "Claro que antes de transarmos pela primeira vez rolava a maior pegação. Mas é a velha história: se eu fosse mulher, ele transaria comigo na primeira noite e logo depois iria embora, como a maioria dos homens faz com as mulheres”, explica. "O Dom da entrega total é da mulher, o homem, não, só o faz em partes. E o mesmo homem tem diferentes tipos de sentimento e, por isso, é capaz de dizer eu te amo para várias. É capaz de sair dos lençóis de uma mulher e entrar no da outra, falando eu te amo para as duas. O problema das mulheres é que elas sentem muita culpa em seus relacionamentos." Aqui, Nany assume uma postura masculina: "Nós somos mais objetivas. Não adianta insistir em um relacionamento se a gente vê que não tem futuro." Hoje, o corretor e a drag se encontram esporadicamente. A relação foi acabando porque cada um tinha o seu próprio objetivo. "Eu quero sucesso, trabalhar muito nos fins de semana; ele quer ficar na piscina. Naturalmente, cada um foi para o seu lado – e nem poderia ser diferente." Para Nany People, as mulheres erram na conquista e na relação porque subestimam a capacidade de raciocínio do homem. "É muita ingenuidade imaginar que com o poder da vulva conseguirão segurar o seu homem. Estas mesmas mulheres pensam, ainda, que filho é lacre do casamento. Filho não lacra nada", diz. Um dos segredos da conquista é lembrar que os homens gostam de desafio, de competição. "Desde pequenos, quando ainda são meninos, fazem campeonatos de todos os tipos para saber quem é o melhor, de torneios de cuspe a masturbação em grupo. Enquanto isso, as mulheres agem como água, enquadram-se, cedem." A mulher acerta, segundo ela, quando usa a sua fragilidade instintivamente; quando faz jogo duro com o homem, mas o agrada sem exagerar – por exemplo, quando lembra datas importantes para ele. O perfil ideal de mulher é aquele em que ser independente e bem informada é fundamental. "Nós, drags, ouvimos os homens reclamando que têm em casa mulheres que pedem dinheiro para comprar absorvente; eles odeiam isso", diz. "Querem aquela que trabalha, mas, é claro, que não ganhe mais do que ele."
Dicas de alcova
"Os homens, quando o assunto é cama, pensam da seguinte forma: 'Santa é a minha mãe, minha irmã'. O que eles querem das outras mulheres é fazer tudo. Por isso a mulher tem que ter coragem de admitir para ele do que gosta, porque ele é assim. Na cama, o homem faz tudo o que quer. As mulheres precisam ser sinceras, claras. Se gosta de sexo oral, faça; se gosta de tapinhas, peça; se gosta que fale durante a relação, fale. E não me venham com aquela desculpa que as mulheres adoram dar: 'Se eu fizer tudo ele vai achar que sou vagabunda'. É preciso sempre inovar, surpreender o parceiro."




Verônica



Drag Verônica definia seu estilo como "sadomasoquista na linha soft pornô". Traduzindo: adorava Madonna, de quem foi cover logo no início de carreira, há quatorze anos em São José dos Campos. Quando se produzia para sair, Verônica era caprichosa e não dispensva artifícios para temperar a conquista – costumava recorrer a luvas pretas e botas de salto fino. Sua atitude era a de quem acha que todo dia é dia de seduzir e de quem sabia que os fãs estavam por aí, sempre atentos. Os "fãs" costumam ser gays, homens, simpatizantes e entendidas [lésbicas], freqüentadores dos shows nas boates da zona sul de São Paulo onde a drag se apresentava. A personagem interpretada por Aílton Leite absorveu detalhes visuais dos anos 70 e das musas do cinema até chegar ao que foi.- "Já não nos preocupamos mais em mudar o nosso corpo, implantando silicone, como se fazia no passado", dizia.- "Somos homens e gostamos do que somos. E mais importante: quem nos vê, também gosta do que somos." Verônica não tinha certeza se as mulheres, hoje, sabem o que são e se gostam do que enxergam em si mesmas. Passa por aí, pela auto-estima meio fragilizada e pela confusão do papel feminino na sociedade, a crítica que a drag faz ao comportamento das mulheres em seus relacionamentos. --"Há poucas 'mulheres-veadas' no mundo, aquele tipo de fêmea que reúne, em uma única personalidade, inteligência, charme e poder, a exemplo de Madonna e Brigitte Bardot", disse.- "Hoje as mulheres dão destaque somente ao seu lado profissional, esquecem de assumir uma atitude mais forte em todos os sentidos. É compreensível, já que elas têm que lutar lado a lado com os homens no mercado de trabalho – e as mulheres são sempre melhores e mais competentes que eles. E, aí, são obrigadas a se fazer de pedra bruta. Não percebem que, o que conta, na verdade, é o polimento dado pelo algo mais que a mulher tem e que pode transformá-la em cristal." Verônica dizia que os homens estavam sempre procurando nas drags os principais atributos da mulher. "A nossa característica mais forte é o aspecto feminino de não assediar acintosamente os homens, mas sim de forma sutil e delicada", afirmava ela. "Por outro lado, dependendo do momento, liberamos o que a mulher costuma travar." O jeito de seduzir depende do estado de espírito, reforçava ela, assim como a reação à sedução. A drag citava sempre dois tipos de cantadas que levou de homens que se encantaram com ela: uma grosseira e uma bacana. A primeira foi dada por um policial rodoviário, que a havia flagrado em alta velocidade. "Estava atrasada para um show e, por isso, usei todo o meu charme para tentar me livrar rapidamente da fiscalização", lembra. "Só que exagerei no charme: o guarda gostou demais do meu tipo, pediu para que eu saísse do carro, dizendo que me livraria da multa se eu fosse 'boazinha' com ele. Preferi a multa." Em uma segunda ocasião, foi cantada por uma personalidade cujo nome não quer revelar. O famoso começou com um elogio ("Que coisa maravilhosa!"), passou para uma cantada ("Se você está linda aqui fico imaginando o que poderia fazer entre quatro paredes") e a história foi acabar no quarto. Qual a diferença entre a primeira e a segunda cantada? "No meu caso, especificamente, depende do meu estado de espírito na ocasião", dizia. "Às vezes quero ser mais careta, controlada; em outros casos quero liberar tudo sem limites." As regras não valem, obviamente, quando o assunto é relacionamento. Nesse caso, a coisa muda de figura. A própria Verônica admite que drags são pessoas mais complicadas afetivamente do que os homens e mulheres. "Somos problema na certa", afirma. "As pessoas que se envolvem conosco mal sabem o enrosco em que estão se metendo".

Dicas de alcova

"Em sexo, é preciso procurar, buscar novas situações. Conheço mulheres que se negam a assistir a um filme pornográfico quando estão com o companheiro, argumentando que têm nojo do que vêem. Isso é uma bobagem, porque o parceiro gosta -então acho que elas têm que ir na dele. A mesma coisa deve ser feita quando o interesse é da mulher. Se durante a relação o homem está prestes a gozar, a mulher deve revelar o seu desejo mais íntimo. Se quiser ficar de quatro na hora do orgasmo, seja objetiva e diga: 'Não goze ainda, quero ficar de quatro'. Para que essas coisas aconteçam, porém, é preciso que a mulher dê o espaço necessário."


Verônica deu este depoimento em 1998, ainda no auge da carreira. A Drag foi assassinada em Jacareí, sua cidade natal em fevereiro de 2007.

Dimmy Keer



É no banheiro das casas noturnas – "o grande templo da noite" – que a drag Dimmy Keer e suas amigas dão conselhos para as moças que querem conquistar alguém e não sabem como. "A primeira coisa que eu sempre sugiro é para as mulheres pararem de reclamar", alfineta ela, uma das drags mais conhecidas de São Paulo. "Nesse sentido, elas são piores do que os gays. Estão sempre choramingando pelo que o homem não fez." A grande dica que Dimmy Keer dá, independentemente de quem estiver sendo seduzido, é o recurso do bom humor, caso o charminho não comova o par. "É fundamental que toda cantada seja sutil, elegante, com muito jeito", explica. "Mas, se não der certo, não há nada melhor do que uma boa risada: faça o caso virar piada e divirta-se muito com a história. Uma dica extra: não seja despeitada, nem invejosa. As mulheres costumam errar por excesso de afobação. Quando sentir isso, relaxe, deixe fluir. Aproveite para retocar o batom e para soltar os cabelos." Ela fala de cadeira – e garante que dá certo. Tanto é que em sua lista de fãs estão adolescentes, homens feitos, gays e até entendidas. "O mais incrível é que somos consideradas mulheres maravilhosas e também homens lindos. Acho que faz parte da personagem", afirma Dimmy Keer, 40 anos, que trabalha como maquiador em programas e comerciais de televisão. O maior problema a ser administrado, segundo a drag, é o do homem que se diz heterossexual, sempre apressadinho para "realizar" [transar, no idioma entendido]. "Na verdade, ele é bissexual, mas na frente dos amigos não admite. Quando o vemos socialmente, sua atitude é muito engraçada: nos viram as costas e nem querem saber de conversa", conta. "É por isso que a minha opção é sempre por gays, porque sou homossexual. Homens não me interessam apesar de, freqüentemente, eles estarem interessados em mim. E mesmo tendo ficado com entendidas, não é o meu negócio."

Dicas de alcova

"A maioria das mulheres que conheço reclama que o homem sempre exige passividade na cama. Isso acontece porque elas deixam. É preciso ser mais dominadora, quem sabe usar como recurso uma personagem. É preciso 'baixar' uma personagem na linha Madonna, ou mesmo uma puta, quem sabe até uma louca. Só isso fará com que aquela imagem de dona de casa, da mulher meiga que lava as roupas e cozinha para ele, acabe se transformando em uma mulher misteriosa e maravilhosa na cama. Só sexo segura o casamento."

Salete Campari
Paraibana, a drag Salete Campari, 38 anos, é um dos casos mais curiosos entre as colegas: está casada há 11 anos com o mesmo homem, um policial. A drag diz levar para a relação do casal o que considera dois grandes atributos femininos, a determinação e a coragem. "Sou a menina dele. Me esforço para ser uma mulher de verdade", conta. Faz tudo isso sem deixar de lado o ritual de todos os domingos: partidas de futebol com os amigos. "Não sou aquela bichinha afetada que usa silicone", dispara. Salete diz ser alvo freqüente de cantadas de homens, embora algumas mulheres já tenham se aventurado também. "Os homens são os casos mais interessantes", diz. "Imaginam que, por sermos drags, será mais fácil uma cantada vingar, a maioria vem com essa coisa de beijinho e de pegação, como se fôssemos deles. Eu, pessoalmente, não gosto dessas atitudes." Sua relação com as mulheres é de conselheira. É a ela que as amigas recorrem quando precisam de orientação: "Acho que as mulheres, hoje, dominam tudo que há no mundo, atuando com determinação seja na área profissional, seja na sentimental", afirma. "É muita coisa para quem é mais fraca e sensível, apesar de mais inteligente." Na relação com os homens, costumam reclamar que eles querem tudo rápido e querem aproveitar delas. "Bobagem, pois são as mulheres que acabam se aproveitando mais dos homens. Veja o exemplo dessas patricinhas que vão a lugares badalados. Elas só querem se dar bem, sem qualquer relacionamento mais sério. E, depois, ainda por cima, reclamam que os homens querem se aproveitar delas." Ela ilustra como exemplo de assédio bem feito e inteligente o do dia em que conheceu o parceiro. "Eu trabalhava em um supermercado e tinha tomado o metrô para voltar para casa. Quando desci na estação, nossos olhares se cruzaram", conta Salete, emocionada. "Ficamos nos encarando longamente até que ele deu 'boa noite', educadamente e começamos a conversar. Em nenhum momento ele foi grosseiro ou impertinente." Salete diz que o caso é exemplar pois o namoro aconteceu depois de ter sido feito um reconhecimento de terreno, com muita cautela e delicadeza. "Não é à toa que fomos nos tocar somente depois de seis meses de namoro", diz. Hoje, a relação continua vigorosa, mesmo passados 11 anos, porque é baseada em carinho e admiração mútua. A drag, que está sempre devidamente 'montada' (tanto faz se o evento é uma corrida de São Silvestre ou um comício do PT), iniciou a carreira aos 17 anos. Formou-se desenhista e depois cursou matemática. Suas apresentações em boates de São Paulo, interior de Minas Gerais e Rio de Janeiro são um dos únicos pontos de atrito na relação com o companheiro: ele não gosta dos shows de drags e muito menos de ver o parceiro em ação. Mas suporta. "Se dependesse dele, eu ficaria cuidando da nossa casa e nunca mais faria minhas apresentações", afirma. "Mas isso é impossível, os shows são a minha vida. Quando saio na rua, maravilhosa, preparada para uma noitada, vibro com as pessoas que vão gritando o meu nome pela rua. Isso é sedução." Dicas de alcova"Não sou de inventar quando se trata de sexo, sou casada há 11 anos e penso que em time que está ganhando não se mexe. Acho que os homens também ficam bem assustados quando encontram mulheres mais ousadas, mesmo que maravilhosas. Acho que a mulher deve ser recatada para não ser confundida com qualquer uma e nem para ser mais uma. Quando o assunto é casamento, os homens não querem saber de 'galinhas'. Nas relações mais sérias eles procuram as colegas do tempo da escola, as vizinhas, as moças das festinhas da igreja, que farão na cama apenas o arroz com feijão."
Como uma drag se produz
Drag não se veste, drag se monta, isso todo gay sabe. Mas o verbo é usado para definir a transformação se sexo – de homem em diva – e a preparação estética que chega a levar duas horas e inclui perucas de primeira linha, lingeries sensuais, quilos de maquiagem das melhores marcas e modelitos provocantes, feitos sob medida por bons estilistas. "É preciso muito papel de bala, muita argamassa, para montar um drag", afirma Nany People, referindo-se à preparação que ocultará o seu corpo original, mas deixará exposta a sua personalidade. "Há meses em que chego a gastar R$ 800 só em maquiagem, já que usamos praticamente tudo importado, do sabonete ao batom." Sapatos com salto plataforma são um toque insubstituível para as drags. Elas podem pagar até R$ 300 por um par de plataformas que as deixam a 20 centímetros do nível do chão. "Encomendo, quase todo mês, um modelo exclusivo para mim", diz Salete Campari, que calça 39. "Além de elegantíssimos, esses sapatos são a nossa marca". Nany People diz que a boa drag deve ter ao seu redor um time de primeira de estilistas. "Eles são a garantia de que ficaremos impecáveis, melhores até que uma mulher", afirma a drag, que possui na sua assessoria pessoal um estilista, um bordador e uma cabeleireira especialista em perucas. Um dos pontos que mais desperta a curiosidade dos leigos é saber como as drag queens escondem o pênis sem machucá-lo. "Este é o segredo do nosso negócio, não é possível sair falando dele por aí", diz Dimmy Keer. "Só revelo que para sumir com a nossa 'diferença' a gente só não usa vaporetto."
Como agarrar um homem

Manual básico de conquista (segundo as drags), tanto para mulheres ou gays:

1. Seja sempre sincera(o)
2. Seja vaidosa(o): vista-se de forma charmosa e atraente
3. Tenha o seu próprio dinheiro. Homens gostam de parcerias independentes
4. Se um homem causar interesse, demonstre, de forma sutil e delicada, que gostou dele
5. Não aceite cantadas grosseiras, sinal de falta de respeito com você
6. Bom humor é fundamental, sempre
7. Não se entregue totalmente. Sempre deixe o homem com vontade de ficar um pouco mais com você
8. Não reclame do comportamento masculino. Tente entendê-los e será entendida. Se você for homem... já sabe bem como é.
9. Não subestime a inteligência do sujeito, mesmo que você seja mais inteligente do que ele... Isso é fundamental!

Revista Mary Clair escrita por João Wady Cury 1998 mas atualíssima....
Editado por Paulo Franco - 2007.
Fotos: retiradas da net