Elton Junior hoje esta um pouco de lado, quem vai teclar é o Paulo Franco.
Quando tive a ideia de registrar alguns de meus pensamentos neste espaço, sinceramente não planejava expor somente o lado positivo tão pouco o negativo. A ideia era registrar, fazer disto um portal para que tudo aquilo que penso podesse ser lido por quem me conhece ou não.
Eu quero deixar aqui, um pouco daquilo que me faz bem , do que eu crio, minhas alegria e o contato que tenho tido; bem mais intimo; comigo mesmo.
Quem me conhece sabe o quanto gosto de escrever e cantar. Acho que se não podesse fazer uma das duas coisas, meus pensamentos seriam meros instrumentos de comunicãção e não e expressão como tanto gosto.
Eu sei que nem tudo aquilo que escrevo pode e deve agradar, na verdade fiz muita coisa voltada exclusivamente para mim mesmo e o sentido literal só eu entendo. De um modo geral sei que acabo chegando as pessoas de um a forma ou de outra.
Gosto de cantar. A música para mim é como uma extensão, um plug que me liga, que me faz soltar totalmente a emoção. Minha mãe sabe o meu estado de humor quando ouve aquilo que estou ouvindo. Ela sabe que quando esta tocando qualquer cd do Elton John, o filhão dela esta de bem. Quando ela pede para abaixar o volume em pleno solo do Deep Purple, sabe que estou tenso. Quando ouso qualquer batida Dance; é noite e estou indo para abalada. Quando Vivaldi, Mozart, Bethoveen ou qualquer outro clássico inunda meu quarto, estou criando, escrevendo. Quem me conhce sabe que canto e gosto.
Das boas coisas que conheci nestes últimos tempos uma, foi um barzinho em Santana chamado Beleleu. No começo brincava dizendo que "iria me jogar no beleleu" ironicamente das baladinhas que costumo fazer é a mais próxima da minha casa.
É um bar hetero, onde tem Karaoquê e um público variado, onde pode se cantar, beber e relaxar depois de um dia de trabalho duro. Passei a frequentar constantemente o lugar, fiz amigos e sinto me bem por lá.
Muitas ideias boas surgiram naquelas mesas, escrevi muita coisa legal entre uma música e outra...
Pois é, mas foi lá na noite de ontem(19/06) que recebi talvez a maior demosntração de preconceito que tivesse sofrido desde que me entendo por gente.
O ambiente era o mesmo, o Dj Alexandre, o meu preferido, os garçons simpaticos como sempre e o primeiro pedido: Uma Bohemia.
Cantei a primeira música: "The One" do Elton John, fui apaludido... mas percebi uma reação estranha de dois casais.
Cantei a segunda, "Amores Imperfeitos" do Scank, fui aplaudido... mas os mesmos casais continiaram, e pude identificar que uma das moças pedia para seu parceiro parar com os trejeitos dizendo: "Menos, menos..."
Sentei me ressabiado, bebi um pouco e assim que o Dj veio conferir minha nova música disse lhe: " Se os caras daquela mesa continuarem a me encher, eu vou parar..." e o Ale retrucou: "Tô ligado, se acontecer eu vou lá".
Fiz o pedido e subi ao palco pra cantar "I want you break free" do Queen,
Eu juro que escolhi a música como forma de revanchismo, mas não queria causar nenhum impacto a não ser o da interpretação. Esta é um das músicas que melhor canto, é um rock e eu já estava tenso.
O DVD do Queen, tem uma particularidade, o som de inicio é muito alto e começa logo com uma salva de aplausos e a figura do Fredie Mercury... Isto já causou especie entre os dois casais que se manifestaram logo que iniciou. Comecei a cantar e na segunda estrofe um dos rapazes levantou se e começou a simutar com o outro uma cena de beijo, partindo para a esfregação até chegar num bizarro truque de sexo oral.
Eu estava cantando e não me veio outra coisa pra falar e no microfome disse:"O que é isso, que vergonha..."
Continuei a cantar, só me pus de costas para todos... Comecei a tremer, bateu uma angustia, uma vergonha...
Olhei para o Alexandre e ele estava com uma expressão fechada, olhei para um dos garçons que estava próximo e ele também estava inconformado. Eu continuei a cantar e terminei a música. Não agradeci, não olhei para mais ninguem, só dirigi me a mesa dos casais e olhando para eles disse: "Eu só quero, um pouquinho de respeito, um pouquinho de respeito.". Não sentei me a minha mesa, fui direto para o benheiro...
Eu senti muita ventade de chorar, tremia e só tinha a intensão de me acalmar. Não passou pela cabeça vontade de ir embora... talvez tenha sido a única coisa que não passou pelo meu pensamento.
Voltei para mesa e a sensação de impotencia, de inconformeismo, de vergonha pura me abateu.
Eu olhei para mim mesmo, conferi minhas roupas, minhas mãos cheias de aneis, meus cabelos empinados, minha aparencia jovial... tudo aquilo que me faz bem, que me ajuda a tornar me mais jovem e é motivo para admiração de muitos. Olhei para a seleção de músicas e apenas alguams eram de artistas gays... Revi uma série de coisas e mantive me ali, querendo estar normal, querendo parar de tremer.
Os casais mudaram a postura, emudeceream um pouco e eu continuei e cantei até a meia noite, depois fui embora.
Definir preconceito é bem fácil. Expressar o sentimento que leva a pessoas a te-lo também. Agora descrever o que se sente quando se passa...
Eu tenho 37 anos e não tinha passado por isso antes. É claro que já sofri preconceitos, superados e relevados...
Eu poderia ter embarcado nas brincadeiras dos caras e ter rido um pouco com eles, poderia ter trocado as músicas, tomado uma postura diferente, como ter tirado os aneis ou ter colocado uma roupa diferrente para sair de casa... Sei lá poderia até ter me retirado do local...
Ter permanecido no entanto me trouxe uma sensação nova... talvez eu tivesse que ter esperimentado ela antes ou nãosei lá... quem sabe deveria ter sido a hora certa e o local... bem... o Beleleu era o da vez.
Senti me sozinho, é claro, mão não estive nem um momento. Recebi apoio de muitos, do dono da casa, do Dj, dos amigos... Senti que queriam me dar apoio, diante de minha postura fechada, que queriam uma reação minha, queriam que eu continuasse a cantar. Continuei e vieram Elton de novo, Robie Willians... a noite acabou e fui embora.
Eu não comentei isso com ninguem até agora, são 20:45 desta seguanda feira.
PRECONCEITO: Ato de prejulgar algo ou alguem por deconhecimento de ato, fato, especie ou pensamento de outrem, ideia ou estilo.
O preconceito é inerente a todos. Todos nós temos um tipo dele, não adianta fugir da ideia.
Sejamos heteros, gays, não importa temos preconceito sobre aquilo que não conhecemos. A forma mais comum de abjeção ao desconhecido é bombardear aquilo que nos parece bom de mais para ser verdade, ou demais para o porte, ou ainda: "por que esta pessoa e não eu".
O preconceito é injustificado, por que geralmente o alvo de nossas críticas é justamente aquilo que nos parece mais familiar, ou seja tivemos, temos ou queremos ter.
Preconceiro é uma forma de ridicularizar aquilo que não conseguimos conhecer por falta de vontade ou simplesmente por ser mais facil apontar os outros que a nos mesmos.
PRECONCEITO = DEFEITO
PRECONCEITO = ERRO
PRECONCEITO = DIFERENÇA
PRECONCEITO = INTOLERANCIA
PRECONCEITO = VIOLENCIA
PRECONCEITO = BURRICE
PRECONCEITO = DESIGUALDADE
PRECONCEITO = FALTA DE AMOR.
Elton Jr voltara.... Valeu!
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