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18 de fevereiro de 2010

Batalha de egos com muitos erros

Gay, nem que seja à força!
Historiadores especulam e sugerem a homossexualidade de personagens históricos, muitas vezes sem indícios consistentes. Abraham Lincoln é a bola da vez .

O jovem Abraham Lincoln dividiu a cama com um amigo durante quatro anos. Esse é um fato admitido pelas mais conservadoras biografias do presidente que conduziu os Estados Unidos durante a Guerra de Secessão. A interpretação que se dá ao fato é que pode mudar: convencionalmente se diria que essa prática era comum entre americanos pobres no século XIX. O psicólogo C.A. Tripp, porém, levantou uma hipótese diferente: num livro recém-lançado nos Estados Unidos, The Intimate World of Abraham Lincoln (O Mundo Íntimo de Abraham Lincoln), ele afirma que o presidente era homossexual. Atualmente, essa é uma tendência comum entre historiadores e pesquisadores ligados ao movimento gay, como é o caso de Tripp: todos buscam indícios de que grandes figuras da história, da ciência ou das artes tenham se desviado da via heterossexual. É o que se chama em inglês de outing – que se traduz como "tirar do armário". De William Shakespeare a Adolf Hitler, muitos armários célebres já foram sacudidos. Algumas dessas investigações se apóiam em evidências sólidas. Outras – e esse parece ser o caso de Lincoln – são apenas especulativas, e às vezes desfiguram ou exageram os fatos para atender a uma agenda política.


Pesquisas sobre a sexualidade das grandes figuras históricas, além de satisfazer uma curiosidade inata sobre sua intimidade, podem ser relevantes e iluminadoras. O filme Alexandre, de Oliver Stone, causou certa polêmica por mostrar as relações homossexuais do guerreiro macedônio. Em sua época, porém, esse era um comportamento tolerado e aceitável. O mesmo não se pode dizer da Inglaterra vitoriana, que condenou o escritor irlandês Oscar Wilde à prisão pelo "crime" de ser gay.
Uma leitura "heterossexual" da obra de Shakespeare perderia o sentido de seus sonetos.

Em seu conjunto, esses 154 poemas contam a história de um triângulo amoroso bissexual, envolvendo o poeta, seu jovem amante e uma misteriosa "Dama Negra" – muitos supõem que o amante seja o conde de Southampton, protetor de Shakespeare.

O renascentista Michelangelo também escreveu sonetos de conteúdo homoerótico, e é impossível entender a sensualidade de suas obras sem levar em conta esse aspecto de sua personalidade. O mesmo vale para o pintor e inventor Leonardo da Vinci. Hoje, restam poucas dúvidas de que ele foi gay – sofreu até um processo por sodomia.
Para o movimento gay, a descoberta da homossexualidade de um grande artista ou de um herói nacional é mais que uma questão acadêmica e adquire um caráter simbólico.


"A homossexualidade sempre foi escondida, e é natural que esses fatos hoje sejam revelados. Nós, gays, temos pleno direito de levantar hipóteses, e até de cometer alguns equívocos", diz o escritor João Silvério Trevisan, autor de Devassos no Paraíso, ensaio histórico sobre os homossexuais no Brasil.
O problema é quando um pesquisador acadêmico compromete sua seriedade com arroubos militantes, só para colocar a bandeira do arco-íris na mão de uma figura heróica. Foi o caso de Tripp, que já não pode responder por seus equívocos: morreu em 2003, antes de concluir a revisão de seu livro. A obra que pretende tirar Lincoln do armário tem muita especulação disfarçada sob um duvidoso verniz científico.
Nos casos extremos de confusão entre pesquisa histórica e militância, os acadêmicos gays decidem escolher seus heróis – e recusar as más companhias. No Brasil, o mais espalhafatoso arrombador de armários é o antropólogo Luiz Mott, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia e fundador de um grupo gay naquele estado. Em 1995, ele causou alvoroço ao aproveitar as comemorações dos 300 anos de Zumbi dos Palmares para afirmar que o herói negro era gay. Foi o início de uma polêmica bizantina: considerando que até mesmo a existência de um único líder chamado Zumbi já foi questionada, a discussão versou sobre a sexualidade hipotética de um personagem hipotético. O movimento gay quer encampar um herói negro, mas se sente incomodado quando surgem ilações sobre a homossexualidade do ditador nazista Adolf Hitler. Recentemente, o historiador alemão Lothar Machtan dedicou um livro a esse tema, em que trouxe à tona até indícios de que o líder nazista tenha se prostituído na juventude.

Até onde se pode afirmar quais personagens históricos foram ou não gays?

SEM DÚVIDA
Já se reuniram evidências históricas que comprovam a homossexualidade dessas figuras – ou as próprias eram assumidas em sua época. Exemplos:
Alexandre, o Grande, Piotr Tchaikovsky, Marcel Proust e Oscar Wilde

FORTES INDÍCIOS
Embora não haja provas cabais, os pesquisadores dispõem de pistas suficientes para crer que eles eram homossexuais. Exemplos:
Adolf Hitler, Santos Dumont, William Shakespeare, Leonardo da Vinci

SÓ ESPECULAÇÃO
As evidências que surgiram até hoje sobre sua suposta homossexualidade são apenas circunstanciais e não resistem a um exame mais sério. Exemplos:
Lampião, Miguel de Cervantes e Zumbi dos Palmares
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É evidente que o espelho diz muito para qualquer pessoa e nessa briga de egos entre gays e heteros as vezez vai longe demais. Uma coisa é reunir evidências de uma vida, com fatos concretos e outra é especular. Para o movimento gay de todas as classes, a entrada de um ícone de peso histórico faz sim a diferença. Todo ídolo tem em seus fãns admiradores de si mesmos na trajetória de sucesso e expressão deles. Agora especular algum ícone para apenas aumentar o "Hall da Fama Gay" e ter nesse nome holofote para alguma tese maluca já é absurdo. Devemos tomar cuidado ao tratar assuntos assim, para que a visibilidade não passe a ser risível ao invéz de verdadeiro holofote.
Esta é a opinião deste site que mostra sempre atravez de um quadro fixo com o nome de "os cidadãos do mundo do Arco-Íris", relatos e vida de ícones cuja vida tem relação com o mundo gay, mesmo que para a grande maioria jamais tenha tido conhecimento.
ブ ραulσσ ノブ
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Um comentário:

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Paulo
Excelente post, com dados históricos relevantes e instigantes.
Bjs