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4 de maio de 2011

Homossexualidade e preconceitos.

"embarcando nas palavras daqueles
cidadãos que pensam muito"

Homossexualidade
e preconceitos
Regina Navarro Lins fala sobre relacionamentos
entre pessoas do mesmo sexo
 
Regina Navarro Lins é psicanalista, escritora
e autora de dez livros. Especializada em sexualidade
 
"Parece mentira, mas a homossexualidade provoca preconceito e ódio.
Uma pesquisa sobre violência no estado de Nova York, Estados Unidos, concluiu que, entre todos os grupos minoritários,
os homossexuais eram objeto de maior hostilidade.
Além dos insultos habituais, os ataques físicos são mais do que comuns.
E o pior pode acontecer quando esse ódio é incorporado aos programas de governo, como foi demonstrado pela imprensa americana,
na década de 90, numa matéria sobre como o Irã
“celebrou o Ano-Novo”: três homossexuais foram decapitados publicamente,
e duas mulheres acusadas de lesbianismo foram apedrejadas até a morte —
execuções que não raro duram várias horas, já que segundo a lei iraniana
têm de ser com “pedras pequenas o suficiente para não matarem a pessoa instantaneamente”.

Originalmente, a homossexualidade foi uma força conservadora,
fortalecendo instituições estabelecidas,
sendo tanto um ritual quanto fonte de prazer.
Na Grécia clássica (século V a.C.), a homossexualidade era uma instituição
e os gregos não se preocupavam em julgá-la.
Em algumas cidades gregas, a homossexualidade aparece
como uma prática necessária dos ritos de passagem
 da juventude cívica, num quadro regido pelas leis,
mas se relacionando estreitamente com a masculinidade.
Nos séculos XII e XIII, entretanto, começou na Europa
uma repressão maciça da homossexualidade, como parte
de uma campanha contra heresias de toda natureza,
que evoluiu até o terror da Inquisição.
Por conta das perseguições, ela se tornou perigosa e clandestina.
No século XIX, a atividade homossexual deixou de ser classificada como pecado e passou a ser considerada doença.
O tabu contra ela só diminuiu com o surgimento
dos anticoncepcionais, na década de 1960.
A dissociação entre o ato sexual e a reprodução, possibilitou aos homossexuais sair da clandestinidade, na medida em que
as práticas homo e hetero, ambas visando ao prazer, se aproximaram.
Apesar de hoje a homossexualidade não ser mais considerada doença, a discriminação continua, sendo os gays hostilizados e agredidos.
 A homofobia deriva de um tipo de pensamento
que equipara diferença a inferioridade.
E quem são os homofóbicos? Alguns estudos indicam que são pessoas conservadoras, rígidas, favoráveis à manutenção dos papéis sexuais tradicionais. Quando se considera, por exemplo, que um homem homossexual não é homem, fica clara a tentativa de preservação dos estereótipos masculinos e femininos, típicos das sociedades de dominação
que temem a igualdade entre os sexos.
A homofobia reforça a frágil heterossexualidade de muitos homens. Ela é, então, um mecanismo de defesa psíquica,
uma estratégia para evitar o reconhecimento de uma parte inaceitável de si. Dirigir a própria agressividade contra os homossexuais
é um modo de exteriorizar o conflito e torná-lo suportável.
E pode ter também uma função social:
um heterossexual exprime seus preconceitos contra os gays
para ganhar a aprovação dos outros e assim
aumentar a confiança em si mesmo.
Por mais que se denuncie o absurdo que o ódio e a frequente agressão aos gays representam, a homofobia não deixará de existir num passe de mágica. Seu fim depende da queda dos valores patriarcais que, já em curso, vem trazendo nova reflexão sobre o amor e a sexualidade.
Caminhamos para uma sociedade de parceria, e se nela
o desejo de adquirir poder sobre os outros  não for preponderante,
a homossexualidade deixará de ser tratada como anomalia,
passando a ser aceita simplesmente como uma diferença."

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